Refletir, debater e se posicionar acerca da contribuição das Ciências Sociais. Isso foi o que norteou a abertura do 2º Seminário de Ciências Sociais do Sudoeste da Bahia, realizada nessa terça, 24, no campus de Vitória da Conquista. Durante o evento, os conferencistas abordaram questões sobre a Área na atual conjuntura, trazendo um panorama e perspectivas sobre o tema.
Conforme explanado pelo professor José Ricardo Marques, do Departamento de Ciências Sociais Aplicadas (DCSA), essa Ciência surge como um espaço de debate a partir da formação das demais ciências. “Nossa tarefa sempre foi trazer uma formulação crítica, tanto sobre a realidade contemporânea, quanto também sobre as diversas formas pelas quais os problemas contemporâneos aparecem para as pessoas”, explicou o professor.
Ainda de acordo com o docente, é importante entender que muitos temas discutidos na atualidade surgem a partir de inovações teóricas propostas pela ciência, como é o caso das discussões atuais sobre o “lugar de fala”. “É sempre em curso essas discussões, que depois vão maturando, e aparecem de uma forma mais generalizada em nossas realidades. Um exemplo disso são as discussões atuais sobre o lugar de fala, uma discussão que trouxemos para essa área desde a década de 1970”, comentou.
Assim, questionar sobre o lugar das Ciências Sociais é uma ação constante que deve ser feita nesse espaço de saber, como defende o professor Bruno Durães, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), considerando que pensar esse campo é entender “a relação direta do que a gente vive e pensa e qual a conexão disso com o debate teórico. Ela aguça o olhar para a realidade, colocado muitas vezes como corriqueiro, daquilo que é posto como trivial”, defendeu o palestrante.
Sendo assim, de acordo com a coordenadora do evento, professora Marcela Pessôa, do curso de Ciências Sociais da Uesb, para além de posicionar o seu papel na sociedade, é essencial também trazer à luz debates sobre temas relevantes. “Dentro das discussões sobre Ciências Sociais e Ciências Humanas, nós pleiteamos construir alguns temas que são muito caros à sociedade hoje. A proposta é elucidar aquilo que as pessoas tratam no senso comum como fake news”, pontuou.
Dessa forma, o evento, que se estende até a próxima sexta, 27, pontuará discussões como feminismo, feminismo negro, comunidade LGBT, cristianismo e diversidade sexual, movimentos sociais do campo, relações étnicas e diáspora, relação entre religião e política.