Historiadores conquistenses contam que, em meados do século 18, os primeiros habitantes de Vitória da Conquista foram povos indígenas. Até hoje, os mais conhecidos são os Ymborés, Pataxós, e Mongoyós, povos que deixaram marcas e tradições aos seus descendentes. Pensando nisso, o Museu Pedagógico Casa Padre Palmeira recebe, até 31 de maio, as exposições “Narrativas da Ancestralidade” e “Saberes Indígenas”, com foco no público infantojuvenil, durante a 17ª Semana de Museus.
Neste ano, a Semana tem como tema “Museus como núcleos culturais: o futuro das tradições”. “A gente resolveu montar uma exposição voltada para a tradição indígena por conta da influência desses povos aqui na região. Algumas pessoas, principalmente as gerações mais novas, ou não tem contato com essa história, ou acreditam que essa tradição se perdeu”, explicou o historiador e guia do Museu, Adão Ferreira.
Na exposição “Saberes Indígenas”, os visitantes podem ver como algumas práticas indígenas foram ressignificadas. Um mural de fotos e alguns materiais físicos apresentam um trabalho artesanal com panelas de barro, feitas na comunidade de Ribeirão dos Paneleiros, remanescente indígena. Outros registros apresentam cores e formas de ervas medicinais, usadas por povos indígenas, como a carqueja e a umburana macho.
Para dar vida ao tema, o Museu conta ainda com a exposição “Narrativas da Ancestralidade”, que reúne esculturas do artista plástico Gilvandro Oliveira. Descendente indígena, Oliveira se inspirou nas características apontadas pela história dos Ymborés, Pataxós, Tupinambás etc. e, principalmente, nos remanescentes de comunidades da região. “Eu me inspiro nos remanescentes da Lagoinha, Terra do Caboclo, Batalha Velha, Batalha Nova, Ribeirão dos Paneleiros, Lagoa do Arroz, que são lugares onde as famílias ainda têm traços muito fortes dos índios. São coisas que podem ficar como apontamento para o que a história não contou”, destacou Oliveira.
Visita por estudantes – Luana Arcanjo, aluna do 7º ano do Colégio Municipal Cláudio Manuel da Costa, visitou as exposições do Museu com mais 32 colegas de sua turma. Para ela, a experiência lhe rendeu novos aprendizados. “Eu tô achando esse projeto bem interessante. A gente conhece várias coisas importantes da nossa história, que a gente não aprende na escola, e conhecer essas coisas ajuda a gente nas disciplinas também”, contou.
Os visitantes podem apreciar ainda a exposição fixa, “Tecnopapiro”, formada por uma série de equipamentos tecnológicos já considerados obsoletos, além de vasta documentação para pesquisa e uma extensa biblioteca.