A caminhada educacional pode ser comparada à uma escada, que possui diversos degraus. Desde a Educação Infantil até a conclusão do Ensino Médio, cada degrau leva à escolha que responde a pergunta que se ouve desde a infância: “o que você vai ser quando crescer?”. Quando essa decisão é tomada, a graduação passa a ser a formação que culmina em uma titulação e no ingresso no mercado de trabalho.
Em muitos casos, o degrau seguinte do percurso educacional pode ser a pós-graduação, por meio de uma especialização lato sensu ou pela formação stricto sensu, a exemplo de um curso de mestrado. Nesse último caso, o mestrando abre caminho para a pesquisa acadêmica e para a docência, além de contar com o desenvolvimento profissional e a atualização da formação. O mestrado pode ser dividido em duas categorias: o mestrado profissional, voltado para aqueles que buscam aperfeiçoamento dos conhecimentos da área, aplicados ao mercado de trabalho; e o mestrado acadêmico, voltado para o ensino e para a pesquisa.
A escolha pelo mestrado começa na graduação – Segundo o professor Cláudio Nunes, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEd), o caminho da pesquisa deve ser traçado desde a graduação, onde o estudante começa a se debruçar sobre temáticas específicas que, posteriormente, podem resultar em um mestrado. “A graduação é uma oportunidade singular, para que o estudante tenha acesso e estude vários temas, e é também o momento para começar a encontrar seus interesses temáticos, os quais vão ser aprofundados no mestrado”, destaca.
Nunes aponta, ainda, que os grupos de pesquisa e a Iniciação Científica podem ser uma ferramenta a ser explorada pelos estudantes de graduação que desejam cursar o mestrado. “A Iniciação Científica, como parte da política de formação do pesquisador, é uma grande oportunidade para se iniciar nos primeiros passos da pesquisa, sabendo que pesquisar é a tarefa central da pós-graduação”, explica.
Além disso, o professor Cláudio Nunes aconselha que o estudante que deseja seguir a carreira acadêmica busque desenvolver habilidades de leitura, interpretação e crítica do que lê, desde a graduação. “Um pesquisador precisa se aperfeiçoar para ter ou desenvolver o domínio da leitura, muita leitura, interpretação dos textos lidos e ter condições teóricas de posicionamento consistente em relação ao que leu”, reforça.
Qual caminho seguir – A Uesb se destaca no Sudoeste baiano por ser a principal instituição formadora de licenciandos, o que significa que boa parte dos alunos se familiariza com o ensino e com a proposta de atuar na docência, ou seja, lecionando. Dessa forma, a busca pelo mestrado demonstra um interesse em aperfeiçoar conhecimentos a serem aplicados na vida acadêmica, seja na Educação Básica ou no Ensino Superior. Além disso, o mestrado se torna um diferencial no currículo do profissional que deseja atuar na Educação, tanto como professor como em outras funções. “O mestrado não qualifica apenas professores, mas todos os profissionais da Educação”, conclui Nunes.
De acordo com o professor César Pimentel Figueiredo Primo, coordenador do Mestrado Profissional em Educação Física em Rede Nacional (ProEF), a pós-graduação lato sensu é mais focada na atividade profissional e no enriquecimento do repertório de conhecimentos do aluno. “O Mestrado Profissional serve para a capacitação desse mestrando, tendo em vista que esse futuro mestre se tornará um recurso humano mais qualificado para atuar no ambiente de trabalho em que ele está inserido”, destaca Primo.
Ainda segundo o professor, é possível conseguir o Programa de Mestrado Profissional para Qualificação de Professores da Rede Pública de Educação Básica (ProEB) como uma terceira categoria de mestrado, visto que o programa oferece uma formação stricto sensu continuada, porém focada para os professores da Educação Básica. “O ProEb é um programa de natureza diferente, dentro da ideia de mestrado profissional, visto que o público que ele atende é um público específico da Educação Básica”, explica.
Além disso, segundo ele, o aluno precisa refletir quais são as suas ambições profissionais na hora de escolher qual categoria de pós-graduação quer seguir. “Essa escolha depende muito das escolhas profissionais e de vida de quem está procurando essa pós-graduação”, aconselha Primo.