A Uesb deu início às primeiras turmas das segundas licenciaturas em Educação do Campo e em Educação Escolar Quilombola, por meio do Programa Nacional de Fomento à Equidade na Formação de Professores da Educação Básica. As aulas magnas aconteceram nos dias 24 e 25 de abril nos campi de Itapetinga, Jequié e Vitória da Conquista.

“Esses cursos surgem para enfrentar os desafios das escolas do campo, respeitando suas culturas e modos de vida”, destacou o professor Obede Guimarães, da Universidade Federal da Bahia (Ufba), e integrante do Movimento Sem Terra, durante a palestra inicial, que teve como tema “A educação do/no campo e a policrise capitalista – do presente ao futuro”. O professor também apontou que a Educação do Campo é uma resposta às crises enfrentadas pelas escolas rurais e às desigualdades sociais.

Primeira turma do curso de Licenciatura em Educação do Campo em Itapetinga

O Pró-Reitor de Graduação da Uesb, professor Reginaldo Pereira, explica que a iniciativa visa qualificar docentes que atuam em contextos historicamente invisibilizados. “Queremos impactar diretamente a prática pedagógica, o conteúdo ensinado e, principalmente, o modo como olhamos para os estudantes do campo e quilombolas”, ressalta Reginaldo.

De acordo com a missão das iniciativas, Roberta Pacheco Caetano está escrevendo uma história que aponta para este caminho. Filha de trabalhadores rurais, Roberta viu na educação a chave para transformar sua realidade. “Meus pais abandonaram o sonho dos estudos pela luta na lavoura. Mesmo assim, garantiram que seus filhos tivessem acesso à escola”, relata.

Parfor em Jequié coordenará a segunda licenciatura em Educação Quilombola

A estudante enfrentou muitos desafios, mas manteve viva sua promessa de cuidar da família e investir nos estudos. Foi a primeira entre os quatro irmãos a concluir o Ensino Médio e ingressar na Universidade. Inspirada pela escritora Conceição Evaristo, Roberta leva consigo a frase: “O importante não é ser o primeiro ou a primeira, o importante é abrir caminhos”. 

Hoje, cursando a Licenciatura Educação do Campo em Itapetinga, vê na formação a chance de reescrever sua história e fortalecer as raízes que a ligam ao campo. “A Educação do Campo valoriza os costumes do nosso povo e possibilita que novas gerações tenham orgulho de suas origens”, destaca Roberta. 

Para mais informações ou em caso de dúvidas sobre os cursos pelo e-mail parfor@uesb.edu.br.