Projeto “ComCiência” na Escola Municipal José Mozart Tanajura (Foto: Acervo do Programa)
Genética e Evolução estão entre os temas que, frequentemente, despertam dúvidas e inseguranças entre estudantes de diferentes idades, especialmente por serem considerados conceitos abstratos e de difícil compreensão. Pensando em tornar esses conteúdos mais acessíveis, a professora Luciana Aleixo, do curso de Ciências Biológicas da Uesb, campus de Vitória da Conquista, desenvolve a pesquisa “O lúdico no ensino-aprendizagem de Genética e Evolução”, que une jogos, encenações, vídeos e atividades interativas para transformar a forma de ensinar e aprender esses temas.
De acordo com Luciana, o uso do lúdico permite que temas complexos se tornem mais claros. “A ludicidade favorece uma aproximação, especialmente do público infantil, com o conhecimento apresentado. Quando associamos jogos, modelos concretos e atividades práticas, a aprendizagem se torna mais significativa”, explica. A adesão dos gestores e professores também tem sido bastante positiva. “Os professores abraçaram a proposta e reconhecem que essas ações estimulam os alunos a serem protagonistas do seu aprendizado”, afirma a docente.
Apresentação do projeto “Biosemana” na Uesb (Foto: Acervo do Programa)
Dados que revelam transformação – Os resultados da pesquisa evidenciam a importância da ludicidade no processo de ensino-aprendizagem. Ao longo dos eventos, foi possível observar que a grande maioria dos participantes relatou compreender melhor os conceitos de Genética e Evolução após participar das atividades. Além disso, os relatos dos professores parceiros indicam uma melhora significativa no interesse e no desempenho dos alunos em sala de aula.
Os temas, que antes pareciam distantes da realidade dos estudantes, passam a fazer sentido quando eles interagem com modelos de DNA, fósseis, jogos sobre seleção natural ou participam de encenações que simulam processos evolutivos. “O lúdico não só facilita a compreensão, como também desperta curiosidade e desejo de aprender mais”, reforça a professora.
Impacto na formação e no cotidiano – Os benefícios não se restringem aos alunos da educação básica. Estudantes da própria Uesb, que atuam como bolsistas e voluntários nos projetos, também relatam ganhos significativos em sua formação acadêmica e profissional. Ao levar o conhecimento para fora dos muros da Universidade, eles aprendem a adaptar a linguagem científica, tornando-a mais acessível.
A professora enfatiza que, sem metodologias ativas e interativas, temas como Genética e Evolução continuam sendo encarados como difíceis por muitos estudantes. “Na ausência de estratégias lúdicas, os conteúdos permanecem distantes e, muitas vezes, geram desinteresse”, pontua.
Mais atividades do projeto “Biosemana” na Uesb (Foto: Acervo do Programa)
Novos passos – A proposta de aproximar a Universidade da comunidade continua crescendo. O projeto “Evolução Para Crianças” ganhará uma nova versão, com a produção de uma revistinha em quadrinhos sobre relações ecológicas, e a expectativa é ampliar a participação nas feiras literárias da região Sudoeste da Bahia.
Para Luciana, o papel da Uesb é fundamental no desenvolvimento de metodologias que tornem o ensino mais dinâmico e acessível. “A Universidade tem um papel essencial na formação de professores e na produção de conhecimento, sendo um ambiente privilegiado para pensar e implementar práticas que realmente façam a diferença na educação pública”, conclui.
O trabalho faz parte do programa de extensão “Evolução Para Todos”, que completará cinco anos em 2025. O programa engloba projetos como “Evolução Para Crianças: Alguém viu um dinossauro?”, a “Evo-Feira” e o evento “ComCiência”, realizados na Universidade e também em escolas da região, como a Escola Bem Querer, o Complexo Integrado de Educação Básica, Profissional e Tecnológica (CIEBPT) e o Colégio Estadual Mozart Tanajura.
Confira outros conteúdos científicos no site do “Ciência na Uesb”