Nos dias 30 e 31 de julho, a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) realizou a 5ª Edição do Encontro de Planejamento Pedagógico. Com o tema “A Universidade e a Docência no Contexto Atual”, o encontro reuniu professores, coordenadores e gestores dos três campi da Universidade para dialogar sobre os rumos da educação superior, a formação crítica dos estudantes e os desafios que se impõem à prática docente diante das transformações tecnológicas.
Como destacou o professor Reginaldo Pereira, pró-reitor de Graduação, a intenção do encontro foi justamente reforçar o papel da Universidade na formação das gerações que ingressam na Instituição. “O trabalho dos professores em sala de aula se manifesta em diversas ações. Os jovens que entram na universidade nos trazem a responsabilidade de oferecer o melhor da nossa formação na Uesb”, explica o pró-reitor.
A pauta da inclusão também ganhou destaque nas discussões. O palestrante convidado, professor Daniel Puig, da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), ressaltou que, diante de um cenário global de polarizações, a universidade deve se reafirmar como instituição educadora e crítica, comprometida com a justiça social, os direitos humanos e a soberania nacional. “A quem interessa uma universidade pública, inclusiva e plural? A todos nós”, afirmou.
Para ele, a sala de aula é o espaço privilegiado para a formação de cidadãos conscientes, e a missão dos docentes é levar esse pensamento crítico para além dos muros da instituição. “Ter uma universidade que seja inclusiva, plural, e aberta o que a sociedade pensa, e como a sociedade se enxerga e quer ser no futuro, é o mais importante para a gente” defende o professor Daniel.
Novas tecnologias e pensamento crítico – Um dos grandes desafios para a formação crítica dos estudantes tem sido debatido em relação aos avanços das novas tecnologias, como a Inteligência Artificial (IA). Durante o encontro, o tema também foi pauta nas discussões. Segundo o professor Luís Otávio de Magalhães, reitor da Uesb, a IA também é uma forma de produção de conhecimento, no entanto, ela fornece respostas padronizadas baseadas em algoritmos.
De acordo com o reitor, a IA não deve ser rejeitada ou criticada. “O que devemos fazer é não baixar a guarda com relação à necessidade permanente crítica daquilo que nós fazemos, ou seja, a inteligência artificial não é algo que vai guiar nossos caminhos, somos nós que temos que guiar os caminhos dessa tecnologia para que ela atenda os nossos objetivos fundamentais”, pontua o professor.
Diante disso, o professor Adailton Freitas, do Departamento de Tecnologia Rural e Animal (DTRA), do campus de Itapetinga, reafirma que o desafio atual é “ensinar os estudantes a fazerem as perguntas certas, e não apenas buscarem respostas prontas”. Para ele, a IA não substitui o pensamento crítico, ao contrário, exige do educador o cuidado de orientar os alunos a discernir, analisar e contextualizar as respostas que recebem.
Oficinas temáticas, mesas de debate e trocas de experiências fizeram parte da programação do encontro, com temas como avaliação, práticas pedagógicas inclusivas, metodologias inovadoras e uso ético da IA. Durante os momentos, os professores puderam compartilhar suas vivências e a Uesb reafirma seu compromisso com a formação docente contínua e com uma universidade cada vez mais integrada à sociedade.