Na Bahia, o número de internações motivadas por problemas no coração vem crescendo substancialmente nos últimos anos. Uma pesquisa desenvolvida na Uesb investigou a evolução ao longo dos anos. Em 2012, a taxa de mortalidade era de 138,4 por 100 mil habitantes e, em 2022, subiu para 187,5.
Em sua conclusão, o trabalho “Internações e mortalidade por doenças cardiovasculares na Bahia” revela que diante do atual cenário, em que grande parte da população ainda se encontra vulnerável às doenças cardiovasculares (DCVs). O trabalho conclui que é imprescindível o investimento em ações educativas e preventivas, bem como a reestruturação das políticas públicas.
“Essas políticas devem priorizar a redução dos fatores de risco, a detecção precoce e o acesso equitativo ao tratamento. Além disso, é fundamental o fortalecimento de estratégias integradas que promovam a saúde, previnam novos casos e melhorem os desfechos terapêuticos”, salienta a orientadora do trabalho, professora Lyra Cândida Calhau Rebouças.
Sobre o trabalho – O objetivo da pesquisa foi analisar internações e mortalidade por doenças cardiovasculares na Bahia entre 2012 e 2022. Foram considerados todos os registros disponíveis no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e no Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), acessados pelo DATASUS. As análises contemplaram dados sociodemográficos (sexo, idade, raça/cor, escolaridade, estado civil) e de atendimento (tipo de internação, ano do óbito e macrorregião de saúde).
Entre os resultados, observou-se que 50,7% dos pacientes internados eram mulheres. Nos casos em que havia informação sobre raça/cor, 50% eram pessoas pardas. A faixa etária mais afetada foi a de 60 anos ou mais, representando 59,1% dos casos. Além disso, 36% das internações ocorreram em hospitais da região Leste, que inclui Salvador.
A maioria das internações foi de caráter urgente, especialmente entre pessoas com 60 anos ou mais (63,3%). Já em relação à mortalidade, os dados impressionam: somente em 2022, as doenças cardiovasculares foram responsáveis por 26.526 óbitos na Bahia, o que equivale a uma taxa de 187,5 mortes a cada 100 mil habitantes. A região Leste, ligada ao Núcleo Regional de Saúde de Salvador, concentrou 29,9% dessas mortes.
A pesquisa foi desenvolvida por acadêmicas do curso de Especialização em Saúde Coletiva da Uesb, campus de Jequié, Givani Moraes Santos, Vanessa Almeida Cardoso Silva e Lara Calhau Rebouças.
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