Presente na vida de muitas crianças e adolescentes há 27 anos, o Encontro de Leitura do Proler/Uesb aconteceu, desta vez, no povoado de Cercadinho, situado no município de Vitória da Conquista. Com abertura realizada no dia 7, a Escola Municipal Ruy Barbosa recebeu a 27ª edição do evento com diversos minicursos, atividades culturais, além da doação de livros e uma homenagem a moradores da região.
Segundo a coordenadora do Proler, a professora Heleusa Câmara, o Encontro de Leituras é sempre um momento de encantamento, pois se revela capaz de movimentar um grupo de estudantes, escolas, professores e de pessoas da comunidade. Nesta edição, o desafio maior foi a distância. Localizada a 90 km de Conquista, diversos voluntários do projeto não mediram esforços para contribuir com a formação educacional de, aproximadamente, 300 crianças e adolescentes.
Neste ano, a novidade foi a homenagem realizada publicamente aos que contribuem com a comunidade. Merendeiras, fazedora de bolos de casamento, anciãos estiveram presentes, de alguma forma, no palco da escola. “Há dez anos, vamos pra zona rural e queremos fazer a leitura deste espaço. Nós temos a internet que possibilita viajar pelo mundo, mas a gente desconhece o lugar onde vive. Portanto, aqui é para revelar talento, é para ouvir as histórias da comunidade, conhecer os seus ofícios, as suas lembranças”, diz a professora.
É nesse lugar de memória que a atividade mais se destaca, promovendo uma conexão entre seus moradores e suas raízes. Foi assim que a aluna Jaine Silva, de 17 anos, se envolveu com o evento. “Para descobrir mais de onde eu vim, escolhi o projeto África, pois sou negra. Além disso, o que eu aprender aqui, futuramente, quero contribuir, passando para outras pessoas”, destacou a aluna.
Foram quase seis meses de preparação para o encontro, muitas idas e vindas que forneceram ao diretor da Escola, o professor Fernando Rocha, um impulso mobilizador, com o intuito de buscar outros projetos para ampliar a educação da comunidade. “O Proler só veio enriquecer a nossa comunidade, pois é uma comunidade carente que precisa de mais projetos, não só na área educacional, mas também sócio-cultural e econômica”, diz.