Os contextos político e econômico do país também refletem no desenvolvimento da ciência, inclusive, nas pesquisas em tecnologia. Com esse mote, o 2º Encontro de Química e Física, organizado pelos diretórios acadêmicos das duas áreas, foi iniciado nessa terça, 24, no auditório Juvino Oliveira, campus de Itapetinga. A professora da Universidade Federal da Bahia, Cristina Quintela, foi a palestrante de abertura, cujo tema de apresentação mostrou a interface entre ciência, profissionalização e tecnologia.
Para Quintela, é preciso pensar o campo de atuação dos profissionais de Química e Física para além da sala de aula: “o que adianta investirmos em ciência se não a usamos adequadamente em tecnologia? Por que a maioria dos pesquisadores não consegue converter seus estudos em benefício social?”, indagou. A professora ainda provocou os discentes a transformarem seus conhecimentos acadêmicos em empresas de tecnologia. “A maioria dos estudos sobre a copaíba está no Pará, mas as patentes pertencem ao Japão e aos Estados Unidos, ou seja, os estudos estão no Brasil, mas o retorno financeiro está indo para outros países”, afirma Quintela.
Segundo ela, há ofertas de financiamento para empresas tecnológicas, mas não são preenchidos pelos pesquisadores do Brasil, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. “Criar uma empresa de tecnologia é uma oportunidade para os profissionais terem independência financeira e produzir saberes”, lembra a professora.
Fabiany Cruz, docente vinculada ao Departamento de Ciências Exatas e Naturais (DCEN), afirma que o Encontro integra as duas áreas, Química e Física, além de discutir temáticas comuns dos dois campos. “Escolhemos a temática de forma coletiva – diretórios acadêmicos e professores – e sugerimos trazer a discussão da ciência em tempos de crise e de recentes mudanças, como a Reforma do Ensino Médio, que também afeta a Química e a Física”, diz Cruz.
Ainda estão previstos minicursos e palestras até sexta, 27 de julho. Para conferir a programação completa, acesse o site.