Além de auditor fiscal, Alexssandro Campanha lidera o projeto Cidadão Fiscal, reconhecido nacionalmente (Foto: Acervo Pessoal)

Em 1999, Alexsandro Campanha alcançava um dos seus objetivos de vida: se formar em Ciências Contábeis, pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Depois desse importante passo, novas possibilidades surgiram. No ano seguinte, ele foi aprovado em um concurso público da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista para atuar como auditor fiscal. Já em 2001, voltou à Uesb para ser professor.

Ao falar do início da sua carreira profissional, Alexsandro lembra o quanto o aprendizado proporcionado pela graduação foi essencial para que pudesse exercer a função. “Os conhecimentos de Contabilidade e Direito Tributário adquiridos no curso da Uesb passaram a ser extremamente úteis no exercício da minha atividade como auditor fiscal”, relata.

Unindo os vários anos de atuação como auditor fiscal e a docência na Uesb, Alexsandro viu a oportunidade de contribuir mais com a sociedade. Foi quando criou o projeto de extensão “Cidadão Fiscal”, que consiste em orientar e incentivar alunos e a comunidade conquistense a exercerem a fiscalização das ações do poder público quanto ao uso dos tributos.

“Na medida em que a minha atividade vai em busca de tributos, evitando ou inibindo a sonegação fiscal para garantir um fluxo contínuo e correto de recursos aos cofres públicos, conseguimos, de forma indireta, viabilizar políticas públicas em favor da sociedade”, explica Alexsandro. Essa relação entre contribuintes e o Estado reforça outro aspecto importante: “a necessidade da sociedade fiscalizar o uso correto desses recursos e, nesse aspecto, desenvolvemos, na Uesb, o projeto Cidadão Fiscal”, completa.

Segundo Alexsandro, a Uesb vai além da formação acadêmica e profissional, ela trouxe para a sua vida contribuições como “o comprometimento com o próximo, a capacidade de superar os desafios que surgem e o interesse contínuo pela produção e promoção do conhecimento científico”.

Promotora de Justiça da Bahia, Karina Cherubini é idealizadora do Eco Kids e Eco Teens (Foto: Acervo Pessoal)

Aprimoramento profissional – Muitas vezes, o caminho é traçado de maneira inversa para aqueles que desejam construir uma carreira em instituições públicas. E foi assim com dois profissionais: Karina Cherubini, promotora de Justiça do Estado da Bahia, e Francisco Lessa, superintendente regional da Receita Federal nos estados da Bahia e Sergipe. Já concursados, ambos buscaram a Universidade para aprimorar os conhecimentos que poderiam contribuir com a carreira profissional.

Formada em Direito, Karina atua como promotora desde 1992. A partir de 2014, assumiu a Promotoria Regional Especializada em Meio Ambiente, com sede em Vitória da Conquista, que atende 17 municípios da região Sudoeste. Segundo ela, atuar na área Ambiental significa enfrentar a complexidade jurídica e, também, a complexidade social. Os comandos legais são elaborados com influência e utilizando terminologias de outros ramos de saber, como Biologia, Engenharia Ambiental e Urbanismo. “Desse modo, percebi a necessidade de buscar conhecimentos interdisciplinares que facilitassem a compreensão e aplicação dos textos legais no desempenho das funções institucionais”, pontua Karina.

Foi então que ela decidiu ingressar no Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Uesb, curso que concluiu em 2020. “A possibilidade de cursar o Mestrado na área necessária para o desempenho das minhas funções e com o perfil de interdisciplinaridade almejado, aliado à situação espacial da Universidade, no interior do estado, tornou certa a escolha do Mestrado em Ciências Ambientais da Uesb”, conta.

Para Karina, o retorno às salas de aulas, mesmo após uma trajetória já consolidada, “teve e tem muita valia por permitir analisar de modo mais acadêmico, seguindo método científico”, suas ações no Ministério Público, especialmente, os resultados do projeto de Educação Ambiental denominado Eco Kids e Eco Teens. A iniciativa, coordenada por Karina, estimula crianças e adolescentes das redes pública e privada de ensino a aprenderem mais sobre a necessidade da preservação do meio ambiente por meio da produção de jornais, estimulando, assim, a formação de atores sociais defensores da natureza.

Dirigente regional da Receita Federal, Francisco Lessa integrou a segunda turma do curso de Direito da Uesb (Foto: Sindireceita)

Essa importância da aplicação do conhecimento acadêmico na prática profissional também faz parte do legado que a Uesb deixou na carreira de Francisco Lessa. Em 1998, ele foi aprovado em um concurso para atuar na Receita Federal como auditor fiscal. Logo depois da sua aprovação, o servidor público buscou os conhecimentos do curso de Direito da Uesb, em 1999, para contribuir com sua nova função.

Francisco ingressou na segunda turma do curso. Segundo ele, apesar de novo, professores e alunos conseguiram construir uma excelente graduação. “O curso estava nascendo. Havia sido criado um ano antes. Mas ali vi florescer ótimos jovens operadores do Direito”, lembra.

Antes mesmo de se formar, em 2004, ele foi nomeado como delegado da Receita e atuou na área Fiscal, lidando, diretamente, com tributos internos de empresas e instituições e atuando no combate ao contrabando. “Sem a graduação, eu não teria me especializado em Direito Tributário, nem tampouco desempenhado posições de destaque na Gestão de Pessoas da Receita Federal”, menciona Francisco.

“Devo muito à universidade pública, a Uesb em particular, pela formação jurídica que me deu e que muito apliquei enquanto fui delegado, coordenador regional e, agora, dirigente regional da Receita. Tenho um carinho muito grande pelos tempos de Uesb e sou muito grato a ela”, completa.

Ao longo de 40 anos, a Uesb tornou possível que histórias como a de Alexssandro, Karina, Francisco e de muitos outros fossem possíveis. Pessoas que puderam construir carreiras públicas por meio da aplicação do conhecimento produzido e compartilhado na Universidade. São profissionais que, em esferas de atuação diferentes, contribuem com a sociedade por meio do funcionalismo público.