O campus de Jequié recebeu o 4º Encontro sobre Violência Intrafamiliar: uma violação dos direitos humanos. O evento, que aconteceu nos dias 10 e 11 de setembro, foi realizado pelo Grupo de Pesquisa Violência, Saúde e Cultura de Paz, em parceria com o Comitê Interinstitucional de Segurança Pública (CISP) de Jequié e do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Saúde (PPGES).
Na ocasião, a enfermeira Luana Rodrigues proferiu a Conferência de Abertura, quando abordou o tema Rede de Enfrentamento a Mulheres em Situação de Violência: interface com as questões de gênero, raça/cor, classe social e geração. “A minha fala foi no sentido de nós pensarmos qual é essa estrutura nesse contexto da violência doméstica no nosso país, partindo de uma perspectiva de discutir a questão de gênero, a relação de poder que existe nessas relações de gênero. Discutir a masculinidade tóxica […] e também o aspecto étnico-racial do contexto da violência”, afirmou a enfermeira.
A assistência jurídica foi um dos aspectos abordados no evento pelo promotor de Justiça, Saulo Matos, que falou sobre a relevância do evento. “A Uesb enquanto formação do saber, enquanto campo apropriado para realização de pesquisas científicas, no caso, pesquisas relacionadas à violência doméstica contra a mulher, é um espaço, uma instituição que vai permitir um atuar mais embasado das instituições de justiça criminal”, disse Matos.
Para a diretora da Unidade de Pronto Atendimento 24h de Jequié, Nara Medrado, o Encontro fortalece a Rede de Atendimento. “Eu acredito que seja muito importante levantar essas temáticas num evento como esse, porque nós buscamos um fortalecimento da rede nos casos de violência e tratar disso aqui fortalece a comunicação. É uma troca de experiências”, relatou a diretora.
A coordenadora do Encontro, professora Vanda Palmarella, afirmou que o evento ampliou o olhar sobre a temática. “As discussões sobre violência intrafamiliar buscam suscitar reflexões sobre a violência no contexto de gênero, raça, classe social, geração, articulando com essas categorias analíticas de forma que a gente possa ter um olhar mais ampliado sobre o problema voltando para a prevenção com o combate e enfrentamento desse fenômeno que é tão complexo”, concluiu a coordenadora.