Crislane Alves, desde 2017, é uma petiana. O termo remete ao alunos que participam do Programa de Educação Tutorial (PET). Estudante do curso de Ciências Econômicas da Uesb, ela é integrante do PET/Economia, que está em funcionamento na Instituição há quase dez anos.
“Nós temos que viver a universidade e o PET proporciona essa vivência. O PET nos ensina que nós não somos somente os usuários da universidade, nós somos os construtores”, definiu a estudante. “O comportamento que aprendemos aqui e vemos resultado, nós replicamos. Então, tem o efeito dominó, que acho que é a maior característica da educação como um todo. […] E, assim, o aluno petiano acaba ajudando a construir a universidade”, completou Crislane.
Esse protagonismo estudantil é um dos destaques da filosofia e prática da educação tutorial, tema que está sendo debatido durante os Seminários organizados pelo Comitê Local de Acompanhamento e Avaliação (CLAA) do PET/Economia e pela Pró-Reitoria de Graduação (Prograd). A atividade teve início nesta terça, 1º, no campus de Vitória da Conquista, com a proposta de apresentar as experiências desses Programas e difundir a contribuição dos grupos tutoriais para a formação dos discentes.
“O PET visa contribuir muito no sentido de complementar a formação dos estudantes, possibilitando aos alunos condições de uma reflexão e uma ação mais perene, de longo prazo, trabalhando e associando a pesquisa, o ensino e a extensão, e tendo como ferramenta a questão do trabalho coletivo”, afirmou o professor tutor do PET/Economia, Gildásio Santana. O docente lembrou, ainda, a trajetória do Programa na Uesb, reforçando a sua importância. “Ao longo desse tempo, o PET/Economia foi muito importante para o curso, para fixação dos alunos e para melhoria da formação, sobretudo para a formação cidadã e não só técnica. Essa trajetória foi muito vitoriosa e agora estamos dando mais um passo, no sentido de contribuir para tentar levar essa proposta da educação tutorial para outros cursos, para outros centros de formação da Universidade”, destacou o professor Gildásio.
Nesse sentido, o pró-reitor de Graduação, professor Reginaldo Pereira, explicou que os Seminários também buscam fomentar a discussão sobre a institucionalização dos grupos PET na Uesb. ” A ideia é que essa filosofia, que envolve a indissociabilidade de ensino, pesquisa e extensão, possa fortalecer outros cursos de graduação, permitir que esse trabalho consolide a permanência dos estudantes envolvidos, porque, além de receber a bolsa, eles têm a oportunidade de se integrarem em diversas atividades acadêmicas, ou seja, uma série de proposições que consolida e qualifica a formação desses alunos”, ressaltou o pró-reitor.
A abertura dos Seminários contou com a participação do professor Júlio Barros Neto, da Universidade Federal do Ceará (UFC). Na oportunidade, ele falou sobre a experiência do Programa de Educação Tutorial Institucional (Peti) vivenciada na UFC, desde a sua criação. “Esse Programa foi criado em 2008 e hoje nós já temos mais de 20 grupos Peti dentro da Universidade, em diferentes áreas do conhecimento”, comentou o docente.
O professor contou que, durante todo esse tempo de atuação, o Peti vem contribuindo para “melhorar alguns indicadores da Universidade, que eram bem preocupantes, como aqueles relacionados à questão do abandono”. O Programa também proporciona autonomia para os alunos, além de conscientizá-los “sobre o que é estar em uma instituição pública, dando a eles senso de responsabilidade social”.
Os Seminários terão continuidade no campus de Jequié, na próxima sexta-feira, 4. Já em Itapetinga, a atividade acontecerá no dia 16 de outubro.