Considerado por Euclides Cunha como a árvore sagrada do sertão, o umbuzeiro é uma fruteira nativa do semiárido brasileiro, que carrega uma grande importância cultural e histórica para a população sertaneja e para a Caatinga. Também conhecido como imbuzeiro, o nome deriva do tupi-guarani “y-mb-u”, que significa “árvore que dá de beber”, devido a sua capacidade de armazenar grande quantidade de água nas raízes, garantindo sua sobrevivência no período da seca.
Com o intuito de discutir a valorização do cultivo desse fruto e incentivar a sua produção, aconteceu nessa terça, 10, na Uesb, campus de Vitória da Conquista, o lançamento da edição 307 da revista “Informe Agropecuário”, que traz como tema “Umbuzeiro: a fruteira da Caatinga”. A revista é uma realização da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Segundo Nívio Poubel Gonçalves, um dos editores, existe uma importância do envolvimento das universidades e institutos estaduais e federais nesse processo. “Precisamos ampliar a gama de uso do umbu para que nosso produtor tenha uma renda garantida, assim, a presença dessas Instituições nesse processo são importantes para a divulgação e criação de um mercado que torne o cultivo do umbu uma atividade economicamente rentável aqui na região”, pontuou.
Também nessa perspectiva, Sérgio Donato, palestrante do evento, pontua que existe no cultivo da fruteira uma garantia de geração de emprego e renda para a agricultura familiar no semiárido.“Estamos falando de uma planta que pode ser cultivada em condições de sequeira. A maioria das outras frutas você tem que cultivar sobre irrigação, então já demanda o produtor ter água na propriedade. É lógico que o umbuzeiro pode passar a ser um cultivo também irrigado, mas o que a gente defende é o cultivo na condição de sequeira, geração de renda nessa condição”, afirma o palestrante.
Para o coordenador do Núcleo de Extensão em Desenvolvimento Territorial (Nedet), Miro Conceição, a nova edição do Informe Agropecuário valoriza a cultura do umbu gigante, do umbuzeiro e do sertão. “A gente acredita que lançar na Uesb uma revista que trata dessa árvore símbolo do sertão é uma grande honra. Um lançamento do estado da Bahia feito aqui é um ato significativo na importância de valorizar mais aquilo que é nativo, aquilo que faz parte da diversidade e cultura local”, pontuou o coordenador.
Sobre o umbu gigante – Ainda de acordo com o coordenador, a escolha da Uesb para promover o lançamento da revista se dá devido ao destaque da Universidade na realização do projeto “Umbu Gigante”, que tem como proposta difundir a cultura do umbuzeiro gigante nas comunidades rurais de agricultores familiares em municípios do Território de Identidade de Vitória da Conquista.
“A Uesb, através do projeto ‘Umbu Gigante’ tem ganhado grande visibilidade em atuação nessa área, o projeto hoje está participando de dez municípios, gerando emprego e renda. Já são cinco anos trabalhando, estimulando o cultivo do umbu como forma de geração de trabalho e renda para o meio rural. Diante disso, a Epamig, juntamente com a Embrapa, escolheu a nossa universidade para fazer o lançamento baiano da revista”, explica o coordenador.
A programação contou com a realização de palestras sobre tecnologia de produção do umbu e a importância da fruta para o semiárido, além de discutir questões relativas à nutrição e adubação do umbuzeiro. O evento é uma realização do Núcleo de Extensão em Desenvolvimento Territorial (Nedet) da Uesb em parceria com o Centro Territorial de Educação Profissional (Cetep) e com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).