A leitura como sinônimo de autonomia. Esse foi o sentimento de quem participou do 2º Encontro da Rede de Leitura Inclusiva, que aconteceu em Vitória da Conquista, nos dias 10 e 11. A atividade foi promovida pela Uesb, por meio da Assessoria de Acesso, Permanência e Ações Afirmativa (Aapa), em parceria com a Rede de Leitura Inclusiva da cidade.
Essas redes são coletivos espalhados pelo Brasil, formadas por intermediários da leitura, como professores, bibliotecários, educadores e leitores, nas quais as pessoas se conectam e desenvolvem ações coletivamente. Na cidade, participam da Rede a Uesb, a Associação Conquistense de Integração do Deficiente (Acide), a Secretaria Municipal de Cultura e a Fundação Dorina Nowill para cegos.
Angelita Garcia, representante da Fundação Dorina Nowill, responsável pela primeira atividade do Encontro, a Oficina Formação Leitora, falou sobre o encontro dessas instituições em prol da inclusão da pessoa com deficiência no universo da leitura: “nos juntamos para pensar uma atividade onde nós levássemos informações, diálogos, cultura e arte, visando a pessoa com deficiências no município”.
A professora Selma Matos, assessora da Aapa, declarou que “a universidade tem uma imensa responsabilidade no seu processo de formação, no que se refere à inclusão educacional”. Segundo a professora, a Instituição precisa investir na formação das novas gerações, conscientizando que inclusão é um direito da pessoa com deficiência. Trabalhar na formação de sujeitos que aprendam a “lidar e trabalhar com as pessoas com deficiência e a leitura é um elemento fundamental nesse processo, ou seja, trabalhar pensando a leitura nas suas diversas possibilidades, nos diversos formatos no que se refere à acessibilidade da pessoa com deficiência”, declarou.
Possibilitar que as pessoas com deficiência tenham acesso à leitura é abrir horizontes e mostrar novas possibilidades. O uso de tecnologias assistivas, que são instrumentos facilitadores na vida dessas pessoas, contribui muito para a conquista da independência. Esse é o caso de Karoline Quaresma, aluna do 10º semestre do curso de Direito da Instituição, que considera esses mecanismos como facilitadores, ressaltando a autonomia promovida por esses instrumentos e o fato de que “trazer o universo da leitura para a pessoa com deficiência é fascinante”. Para ela, a realização do evento demonstra “um novo olhar de importância, de inserção da pessoa com deficiência no espaço cultural”.
A programação do Encontro foi pensada para acontecer em locais diferentes na cidade, como a Uesb, a sede da Acide e o estádio Lomanto Junior. “Mostrar para a sociedade que a pessoa com deficiência também gosta da leitura, ela precisa ter acesso em vários cantos da cidade”, isso só reforça o quanto é estratégico a leitura chegar para todos, concluiu a representante da Fundação Dorina Nowill. Essa ação reforça o compromisso das instituições envolvidas na ação, já que estão pensando em como garantir o direito à leitura, ao conhecimento à informação, que é um direito humano básico, acredita Angelita Garcia.