Foi aberto na noite dessa segunda, 23, e segue até o próximo dia 25 de julho, no Centro de Cultura Antônio Carlos Magalhães, em Jequié, o 3º Simpósio Baiano sobre Transtornos do Neurodesenvolvimento (SBTN), que esse ano traz como tema “Autismo, Paralisia Cerebral, TDAH e suas Interfaces”. O Simpósio é realizado pelo Grupo de Pesquisa Neurogenômica e Biologia de Sistemas, do Departamento de Ciências Biológicas (DCB), em parceria com a Sociedade Brasileira de Genética (SBG), com a Secretaria Municipal de Educação e com o Programa de Pós-Graduação em Química.
Conferencista da noite, a professora da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), Rosimere Rangni, abordou o tema “Autismo e suas Interfaces” e traçou um perfil histórico sobre o tema no Brasil. Segundo Rangni existe uma dupla excepcionalidade quanto ao Autismo: pessoas que tem potenciais elevados e que essas potencialidades estão associadas aos transtornos como do espectro autista e como os transtornos de déficit de atenção e hiperatividade.
“Nós temos um cenário geral do Brasil e desse público com transtornos no caso TDH, ele não pertence ao público-alvo da educação especial, ou seja, ele não tem atendimento educacional especializado. A tendência logicamente é que com o passar do tempo o conhecimento dessas características, mais diagnósticos e um volume maior dessas pessoas serem diagnosticadas, nós tenhamos alunos com TDH aumentando a cada dia”, esclareceu Rangni.
O evento vem se consolidando nacionalmente entre pesquisadores, professores, profissionais, pais e demais interessados no assunto e a Uesb vem sendo reconhecida como uma importante fomentadora desse debate. Satisfeita com a participação no Simpósio, Beatriz de Jesus Pereira, fisioterapeuta membro da equipe, falou da importância do mesmo para sua carreira. “O evento abre portas, para o estudante e para quem já é formado. Além do mais, ele proporciona um conhecimento tanto para quem é da área acadêmica quanto para comunidade e essa é a parte mais interessante. Você poder ver o desenvolvimento de um projeto que vai beneficiar não só profissionais, mas também a pais e a familiares de criança com transtornos de neurodesenvolvimento”, comemorou Pereira.
O acadêmico do quinto semestre do curso de Educação Física Adriano Almeida Souza concorda. “É uma grande oportunidade poder trabalhar com outros profissionais de outras áreas e formações diferentes, tanto mestrado quanto doutorado que aqui tem os professores que estão nos acompanhando, nos orientando a todo o momento nessa organização, e com os colegas graduandos de Biologia, de Farmácia, de Fisioterapia. É uma oportunidade de trocarmos experiências ainda na formação”, disse Souza.
Para a pedagoga e coordenadora do Centro de Apoio Pedagógico de Jequié, Juliane Félix de Santana e Silva, o evento é muito relevante. “Como a gente trabalha com seres humanos e a ciência está o tempo todo evoluindo, então a importância é a gente estar atualizando os conhecimentos que a gente tinha. Agora mesmo o autismo mudou de Cid (Cadastro Internacional de Doenças), era dez passou para onze, então a gente precisa estar antenado, estar se atualizando”, afirmou a pedagoga.
Feliz com a consolidação do Simpósio, o professor Gessivaldo Santos, coordenador do evento, comemorou o trabalho em equipe e a abertura exitosa do mesmo. “O evento na verdade é realizado por todos nós. Ele é um presente que a gente pode contribuir com a sociedade. O nosso objetivo é fazer um evento cada vez maior, cada ano a gente tem crescido mais o número de participantes tem sido cada vez maior também e para gente é um prazer poder receber pessoas de diversos locais da Bahia e inclusive de fora do Estado. O evento hoje já é consolidado, com a presença de profissionais de diversas partes do país, Campinas, São Carlos, profissionais de diversas universidades (UFRB, UESC, UFISCAR, UNICAMP), então já é um evento de grande porte. Tem o nome de Simpósio Baiano, mas na verdade ele é nacional. O mais importante é a gente atrair pessoas para essa luta”, concluiu o professor Gessivaldo Santos.