Quantas adolescências existem? Quais são os enfoques pelos quais se pode abordar esse tema? Esses foram alguns dos questionamentos que culminaram na realização da 1º Mostra Adolescências: mo(vi)mentos através do prisma, organizada pelos alunos do quarto semestre do curso de Psicologia, campus de Vitória da Conquista, sob orientação de Lígia Portela e coordenação de Carmen Virgínia Moraes, professoras da graduação. O evento aconteceu na tarde dessa última quarta-feira, 11, sendo uma atividade de extensão do Programa de Práticas Psicológicas (Proppsi) do curso.
A Mostra foi uma oportunidade para os estudantes apresentarem às comunidades interna e externa da Universidade relatos de experiências desenvolvidas no âmbito das disciplinas Psicologia do Desenvolvimento 2 e Estágio Básico 3. Por meio delas, os alunos buscaram vincular o conhecimento teórico adquirido em sala de aula com a vivência profissional e o contato com a realidade em suas multiplicidades, partindo da ideia da não universalidade do conceito de adolescência.
De acordo com a professora Lígia Portela, o intuito do evento foi justamente mostrar como os alunos refletiram sobre a realidade que eles encontraram indo a campo, a partir das abordagens teóricas que eles estudaram. “Essa interlocução entre teoria e prática é fundamental em qualquer graduação e faz parte da filosofia do nosso curso, pois desde o primeiro semestre buscamos fazer com que os alunos tenham contato e se aprofundem cada vez mais com a realidade na qual eles atuarão como futuros profissionais”, disse.
Entre as discussões apresentadas pelos discentes, foram abordados temas como os papeis assumidos pelos indivíduos com a adolescência e o comportamento de adolescentes frente a questões como sexualidade, luto, violência e imagem corporal. Ao todo, nove trabalhos articulados em grupo foram expostos e a programação contou ainda com palestras de abertura e encerramento. “Partindo dos resultados que cada grupo obteve, a gente percebe a importância de quebrar o paradigma acerca da existência de uma única adolescência e entender, dessa forma, os vários tipos de adolescências que existem e os diversos pontos de análise pelos quais elas podem ser vistas ou estudadas”, contou o discente Edísio Luz, que fez parte da comissão organizadora da Mostra.
Para Danielle Monteiro, que desenvolveu com mais quatro colegas o trabalho “Violência na escola: sentido e significado atribuído pelo adolescente de periferia”, a experiência vivenciada nas disciplinas foi desafiadora, sobretudo por conta da complexidade do tema com o qual o seu grupo se envolveu. “Uma coisa é quando a gente vê a teoria e outra coisa é quando partimos para a prática. Ao nos depararmos com esses dois mundos, que, muitas vezes, parecem ser completamente diferentes, percebemos que eles têm que estar diretamente relacionados”, afirmou a estudante.