A apicultura representa a arte de criar abelhas com ferrão. Para possibilitar formação a pessoas que pretendem ingressar nesse ramo ou que já praticam essa ciência, foi realizado, nos dias 12 e 13 de dezembro, o Curso Básico de Apicultura, oferecido pela Casa do Mel, no campus de Vitória da Conquista.

Os apicultores não são apenas produtores de mel. Diferente do que muitos pensam, a criação de abelhas não é voltada apenas para a produção desse produto. “A princípio, a apicultura, para as pessoas que estão de fora, é só a produção de mel. Na verdade, o mel é o produto mais barato da colmeia”, comentou Abílio Lopes, produtor rural, participante do curso. Vários outros produtos podem ser comercializados, como a cera, o própolis, o pólen e a geleia real, que podem representar lucro e fonte de renda para aqueles que se dedicam à atividade.

Essas pessoas também contribuem com a conservação do meio ambiente, pois precisam prezar pelo ambiente natural de vivência desses insetos. De acordo com o professor Paulo Sérgio Cavalcanti, que orientou a etapa teórica do curso, “a apicultura tem várias vantagens. Primeiro que o investimento é muito pequeno para você iniciar, não depende da compra de alimento, ração, nada disso. A ração das abelhas são as plantas silvestres que tem aí, de graça na natureza”. Por esse motivo, o professor considerou que “o apicultor termina se tornando um protetor da natureza”, porque é dela que ele depende para tirar o alimento de suas abelhas. Então, ele evita desmatar, protegendo, assim, as principais fontes de alimento, que são o néctar das flores e o pólen.

Durante o momento de prática do curso, os participantes tiveram a oportunidade de acompanhar vários dos processos teóricos sendo colocados em prática e também puderam ir ao campo para terem uma vivência do contato direto com as abelhas. Participaram pessoas de diferentes cidades, todas com o intuito de aprender um pouco mais sobre essa atividade. Segundo Generosa Souza Ribeiro, servidora responsável por parte das explicações práticas do curso, o momento de ir a campo, conhecer as ferramentas e lidar diretamente com as abelhas “é importantíssimo no curso, pois é o momento de tirar todas as dúvidas em relação ao conteúdo teórico visto. Como esse é um curso básico, para iniciantes, é o momento do pessoal definir se quer mesmo colocar em prática a atividade”.

Novatos e veteranos – Manoel Aparecido de Souza, produtor rural em Condeúba, diz estar começando no ramo e acredita que essa “é uma oportunidade de aprofundar mais os conhecimentos da apicultura e meliponicultura. É a única chance da gente se desenvolver, e a oportunidade está sendo aqui, na Uesb”, salientou. Também houve a participação daqueles que já têm mais conhecimento e prática, como Abílio Lopes, que há quase 10 anos trabalha com apicultura, mas considera importante sempre buscar conhecimento e se qualificar para desenvolver bem a sua atividade. “A gente está sempre se informando. Tem material novo, pesquisas, doenças que não existiam e passaram a existir na nossa região, então a gente precisa estar antenado para combater esse tipo de praga. A gente nunca perde por aprender, a gente está buscando o conhecimento o tempo inteiro”, declarou o produtor.