Tornar os discentes protagonistas dos seus processos de ensino-aprendizagem. Essa é a proposta das metodologias ativas, modelo de ensino a partir do qual o aluno passa a ser tutor de seu próprio aprendizado. Para falar sobre o assunto, o Colegiado de Zootecnia, campus de Itapetinga, convidou a professora Mércia Margotto, da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), para falar sobre o tema. A docente foi responsável por inserir as metodologias ativas no curso de Medicina da Uesc, além de ter auxiliado na implantação do mesmo curso na Uesb, nos campi de Jequié e Vitória da Conquista.
Segundo a professora, na Uesc, o curso de Medicina adotou o modelo pedagógico chamado “aprendizagem baseada em problemas” (em inglês, Problem Based Learning – PBL), através do qual os professores estimulam o aluno a aprender por si próprio, fornecendo-lhes os meios e ambientes facilitadores. “A transferência do centro das ações de ensino para o aluno é um marco da pedagogia atual e um dos pressupostos da metodologia PBL”, explicou a docente.
A proposta do coordenador do curso de Zootecnia, professor Márcio Pedreira, ao convidar a professora, foi socializar a experiência implantada na Uesc e propor novas formas de abordagem didática. “O intuito é estimular que nosso corpo docente conheça outros ritmos de conduzir os conteúdos, deixando os alunos mais estimulados”, salientou o coordenador.
Margotto salientou que também faz parte da responsabilidade do professor saber se o aluno aprendeu: “é preciso pensar em uma proposta metodológica que torne o sujeito apto a uma prática de educação libertadora na formação de um profissional ativo e capaz de aprender a aprender”, afirmou. Na perspectiva das metodologias ativas, o aluno é o personagem principal e o docente um facilitador. Além disso, os processos avaliativos são formativos, normalmente feitos em grupo.
Tripé “Discussão, prática e ensino” – As metodologias ativas propõem a inversão da sala de aula, ou seja, o professor apresenta um problema cotidiano – dentro do contexto da área de estudo – e os alunos, divididos em grupos, estudam, questionam e debatem para tentar resolver os conflitos. Esses tipos de abordagens, segundo a docente, “são propostas progressivas de ensino-aprendizagem para formar sujeitos sociais com competências éticas, políticas e técnicas, capacitando-os para intervirem em contextos de incertezas e complexidade”, afirmou Margotto.