A humanidade está vivendo um momento inédito, de transformações e adaptações, devido à pandemia da Covid-19. Diante da necessidade de distanciamento social, a educação foi uma das áreas que precisou se reestruturar para a nova realidade. Dessa forma, as atividades pedagógicas passaram a ser executadas de forma remota e as salas de aulas ficaram vazias. Com essa nova configuração, como garantir o estágio curricular para os estudantes dos cursos de licenciatura?
A oferta da educação nesse cenário, atrelada à complexidade de como e onde realizar estágios curriculares, foi a provocação para a construção do artigo “Ensino remoto emergencial e o estágio supervisionado nos cursos de licenciatura no cenário da Pandemia Covid-19”. A publicação, escrita pelas professoras Ester Figueiredo e Lucia Trindade, ambas vinculados ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Uesb, foi incluída na lista de recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), como literatura global sobre Covid-19.
Segundo a professora Lúcia Trindade, o estágio é uma etapa importante da formação nas licenciaturas, cuja essência precisa ser preservada. “Não formamos professores sem que estes passem pelo estágio, que é esse lugar privilegiado de construção e fortalecimento da identidade docente, espaço potencializador de aprendizagens, de referências, de produção de conhecimento, de socializações, de Iniciação à Docência/Prática de atuação profissional, de unidade teoria-prática, de práxis”, afirma.
Assim, considerando o contexto de ensino remoto, o trabalho das professoras busca refletir sobre a necessidade de uma reconfiguração do estágio. “Propomos, em especial para os cursos de licenciatura, arranjos curriculares que levam em consideração o contato com o campo de trabalho, a partir do ensino remoto emergencial no cenário da pandemia, para qualificar a profissionalização e garantir a conclusão e certificação”, complementa a professora Ester Figueredo.
Reconhecimento internacional: O artigo das docentes foi publicado na Revista Tempos e Espaços em Educação da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e, na última semana, foi recomendado pela OMS e incluído na lista de literatura mundial sobre Covid-19.
“O reconhecimento da avaliação da OMS em listar um artigo de pesquisadoras baianas, como literatura referenciada para o enfrentamento à Covid, no âmbito do direito à educação, reafirma que a pandemia não é apenas um problema que se assenta na área de Saúde, mas se expande para todos os ramos do conhecimento”, declara a professora Ester.
Para a professora Lúcia Trindade, esse reconhecimento se estende para toda a Universidade. “Trata-se de um artigo que está num site global, as duas professoras são da Uesb, portanto, onde o artigo for citado ou acessado, haverá o reconhecimento da Universidade”, comemora.