“Não feche os olhos” é o tema da Campanha Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual da Criança e do Adolescente. Comemorado no dia 18 de maio, a campanha relembra o caso de Araceli Cabrera, menina de oito anos que foi assassinada após ter sido abusada sexualmente e ter sofrido violência física, no estado do Espírito Santo, na década de 1970. O crime ficou impune.
Em Vitória da Conquista, para chamar atenção da comunidade para essa temática, foi realizado nesta sexta, 18, um Ato Público, que contou com a participação do Núcleo de Defesa da Criança e do Adolescente (NDCA) da Uesb e de outros órgãos que fazem parte da Rede de Atenção de Defesa da Criança e do Adolescente. A proposta da ação foi levar ao público transeunte informações sobre o assunto, quais as redes devem ser acionadas ao identificar um caso ou, até mesmo, informações importantes sobre o comportamento da criança e do adolescente que sofre abuso sexual.
De acordo com Luciana Rocha, gerente do NDCA, é essencial a família ter acesso a esse tipo de informação, pois, os familiares poderão passar com mais segurança orientações para as crianças e adolescentes se protegerem. “É importante também falar sobre isso, pois o silêncio só beneficia os agressores. Se a gente não falar sobre o assunto, esse desconhecimento favorece quem pratica esse tipo de crime”, afirmou.
É dessa forma que a Rede de Atenção e Defesa da Criança e do Adolescente atua. Por meio do Centro de Referência da Assistência Social (Cras), promove ações com medidas preventivas. Já o Centro de Referência Especializada de Assistência Social (Creas) trabalha na forma de atendimento psicossocial e jurídico com as crianças que sofrem violência. Segundo Camilla Fischer, coordenadora da rede, após a realização de ações como essas, há um aumento significativo de denúncias. “As pessoas começam a encorajar-se a fazer denúncias depois que a gente começa a divulgar os serviços”, observou.
Atualmente, o Creas atende em torno de 600 famílias que sofreram algum tipo de violação de direitos e, segundo a coordenadora de Proteção Social Especial de Média e Alta Complexidade, Vanessa Severino, a maior parte é oriunda de abusos sexuais. “Dentro desses dados, que são dados de direitos violados, o que predomina é a violência sexual, principalmente do gênero feminino, e a estimativa que nós temos é que são crianças de 3 a 8 anos”, apontou.
Para realizar denúncias, alguns dos números disponibilizados são: 100 (Secretaria de Direitos Humanos), (77) 3420-7018 (Cras/Centro), (77) 3429-9408 (Creas Central) e (77) 3420-8956 (Conselho Tutelar).