Receber novos mestrandos é também um momento de provocar novas discussões. Foi assim a manhã desta segunda, 18, no Teatro Glauber Rocha, campus de Vitória da Conquista, onde o Programa de Pós-Graduação em Educação realizou sua aula magna deste ano.
Com a presença da professora Andreia Gouveia, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) e professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a aula trouxe questionamentos sobre os principais desafios que o Brasil tem atualmente no que diz respeito às políticas públicas educacionais e, consequentemente, à valorização do professor.
Segundo a docente, os desafios em debate são, sobretudo, aqueles da agenda já aprovada no Plano Nacional de Educação de 2014 a 2022. Ela conta ainda que a Anped já possui grupos de pesquisadores dedicados a entender a educação brasileira, sobretudo, dentro do cenário de crise que vivemos. “Essas pesquisas têm mostrado a centralidade do profissional e a necessidade de que o princípio de valorização do magistério seja levado a sério no país”, argumenta.
Gouveia lembra ainda que a pesquisa é o mecanismo para diagnosticar os desafios e, a partir disso, pensar em estratégias de intervenção. “Os desafios se dão por momentos de crise, como o que a gente está passando, mas também pela mudança geracional, pelas condições de sociabilidade de crianças e adolescentes frente a novas tecnologias, frente a tensões nacionais, frente a um quadro de violência que a sociedade brasileira se coloca. A pesquisa nos ajuda a pensar quais são os limites do que a gente tem feito e como é que a gente pode intervir. Mas, para intervir, a gente precisa de mudanças que dependem de vontade política dos governos”, explica.
A professora Andreia Gouveia conduziu a aula magna do Programa neste ano
Pesquisas na Uesb – Coordenador do Mestrado em Educação, o professor Claudio Pinto Nunes relembrou, durante a abertura da aula magna, grandes conquistas do Programa desde 2012, quando foi aprovado na Universidade. Ao todo, já são mais de 140 pesquisas defendidas em nível de Mestrado e cerca de 100 outras investigações científicas em andamento, além daquelas desenvolvidas por professores e pós-doutorandos.
Nunes pontuou ainda a importância disso para a sociedade. “Para pensar políticas públicas é preciso justamente dados científicos. Dados sobre a profissão e prática docente, sobre o currículo, sobre a diversidade, sobre uma série de temas que temos trabalhado no Programa. Estamos produzindo dados justamente para que seja possível pensar a educação do Sudoeste da Bahia e também do Norte de Minas”, conta.