Ingressar no ensino superior público é, ao mesmo tempo, sonho e desafio para muitos jovens que vivem em situação de vulnerabilidade socioeconômica. No entanto, garantir a permanência dos estudantes oriundos de outras cidades na universidade até a conclusão do curso pode se tornar um obstáculo ainda maior para eles e seus familiares. Nesse contexto, as bolsas-auxílio tem o objetivo de proporcionar as condições para que esses discentes possam garantir a integralização dos seus cursos.
Atualmente, a Uesb conta com bolsas-auxílio de permanência, moradia, alimentação, transporte urbano, transporte intermunicipal e emergencial. No campus de Vitória da Conquista, em complemento ao auxílio moradia, a Instituição possui a Residência Universitária, com capacidade para 18 vagas, duas delas para pessoas com necessidades educativas especiais. Para ter acesso às bolsas, o estudante com renda per capita de até um salário mínimo deve se habilitar às ações de Permanência Estudantil, se inscrevendo no setor responsável durante dois períodos do ano.
A gerente de Assistência e Assuntos Estudantis, Maísa Ferraz, explica que a partir da habilitação, o Serviço Social do Programa de Assistência Estudantil (Prae) irá analisar os perfis socioeconômicos dos discentes e as bolsas de cada modalidade que será possível ofertar. Segundo ela, pensar em ações de Permanência Estudantil, nas quais podem ser destacadas as bolsas-auxílio, tem uma dimensão ampla. “Podemos pensar em políticas públicas para viabilizar a permanência estudantil, uma vez que políticas públicas visam melhorar a vida das pessoas e correspondem a direitos assegurados, é um direito do cidadão e um dever do Estado – diferente de uma ação assistencialista, que corresponde a uma prática individual, de favorecimento, uma troca de favores, e não há uma transformação permanente. Ou seja, não há mudanças na realidade social dos indivíduos”, define.
O estudante Elivelton Cerqueira Leite está concluindo o curso de Administração no campus de Vitória da Conquista e, há quatro anos, é bolsista do Prae. Ele conta que, sem a bolsa-auxílio de alimentação, não poderia chegar ao fim da sua graduação. “Reconheço que é necessária a atuação governamental para incentivar e garantir condições mínimas para que o estudante possa concluir o curso. A bolsa contribuiu para minha formação, pois, sem ela, não teria como me alimentar na Universidade. Além disso, o Programa me abriu portas para cursos de Inglês e Espanhol”, conclui o discente, lembrando dos Cursos Livres que também são ofertados pelo Prae.