O cultivo agrícola de maneira ecologicamente correta, socialmente justa, ambientalmente equilibrada e economicamente viável são conceitos observados em sistemas de produção como o Agroecológico e a Permacultura. Para criar um espaço de diálogo e reflexão com a comunidade, tanto externa como interna da Universidade, que estão trabalhando com essa temática ou que buscam conhecê-la, o Núcleo de Permacultura Sete Cascas promoveu o 1º Encontro sobre Permacultura e Agroecologia da Uesb (EPA – Uesb), com a temática “Ciências e sabedoria popular para a soberania alimentar e a valorização da vida no campo”. O evento teve início nessa quinta-feira, 5, no campus Juvino Oliveira, em Itapetinga.
De acordo com Letícia Fernandes, uma das coordenadoras do evento, a Agroecologia e a Permacultura são sistemas que agregam vivências, saberes ancestrais e ciências na busca de alternativas e métodos que estabeleçam sistemas humanos produtivos e permanentes, que consideram princípios éticos às pessoas e o meio ambiente em que habitam. Nesse sentido, Fernandes explica que “Agroecologia e Permacultura são sistemas que propõem outras formas de interação com a natureza, têm referências metodológicas próprias, mas congregam em torno do objetivo comum de promover um futuro socialmente justo, economicamente viável e ambientalmente equilibrado”.
O município de Itapetinga já possui alguns sistemas Agroecológicos implantados, a exemplo do Colégio Estadual Luis Eduardo Magalhães e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano – IF Baiano. Para Erika Ferreira de Abreu Mc Conell, professora do curso de meio ambiente do IF Baiano e coordenadora de extensão, o conhecimento científico atrelado com a educação é essencial para divulgação dessas informações para que ocorra a conscientização das pessoas. “A gente precisa fazer esse tipo de evento de forma contínua. Eu acredito muito que é um trabalho contínuo que a gente precisa fazer de despertamento, tanto da geração atual como as futuras também”, salientou Mc Conell.
Juscelino Olimpio Gomes, secretário de agricultura da cidade, também esteve presente no evento e pontuou a importância da divulgação desses sistemas de produção para a comunidade. “Conversamos com a professora Letícia sobre a importância de levarmos isso mais a adiante. Até porque, nós temos aqui a horta comunitária, três associações, onde nós podemos nos reunir e passar aquilo que adquirirmos de conhecimento, ou melhor, que os professores aqui tem de conhecimento para a comunidade”, sublinhou Gomes.
Afonso Cesar Chaguri, entusiasta da permacultura e agroecologia, participou da mesa redonda com a temática “Por que falar sobre Permacultura e Agroecologia aqui e agora? O papel da universidade e a responsabilidade social sobre o Nosso Futuro Comum”, onde destacou outro benefício desse tipo de sistemas, que é a recuperação das pastagens na região. “A questão ecológica aqui na região vem sofrendo uma estagnação. E hoje existe o conhecimento de árvores que são adequadas para conviver junto com a pastagem, alimentar o gado, para dar um melhor conforto térmico e aumento da questão hídrica”, disse.
As atividades do evento terão continuidade nessa sexta-feira, 6.