O mês de julho marca o início e o fim da vida de um dos mais importantes, profícuos, criativos e filosóficos diretores da história da Sétima Arte: o sueco Ingmar Bergman, que nasceu em 14 de julho de 1918 e morreu em 30 de julho de 2007. Para homenageá-lo e celebrar a sua obra nesses seus cem anos de nascimento, o Janela Indiscreta traz, no Cinema na Uesb, a Mostra “Quando quem grita é a existência: a Trilogia do Silêncio no centenário de Ingmar Bergman”.
Serão três sessões, nos dias 17, 24 e 31 de julho, respectivamente com os filmes “Através de um espelho”, “Luz de inverno” e “O silêncio”, sempre às 19 horas, na Sala de Projeção Jorge Melquisedeque (módulo da TV Uesb), campus de Vitória da Conquista. A entrada é gratuita, e, após a exibição, comentaristas convidados debatem com a plateia.
Nesta terça, 17, no filme “Através de um espelho” (1961, 1h29min), Karin (Harriet Andersson) volta para casa após uma temporada em um hospital psiquiátrico e entra em conflito com seus familiares durante as férias numa ilha distante. Um drama psicológico intenso em que Bergman disseca o processo de degradação de uma família. O comentário será do organizador da Mostra e professor da Uneb, Elton Moreira Quadros.
Sobre a Mostra – Na Trilogia do Silêncio, realizada entre 1961 e 1963, Bergman aborda conflitos existenciais de maneira psicologicamente grave, mas filmicamente simples. São três narrativas que colocam diretamente o sentido da vida, a solidão, a ausência de Deus ou seu silêncio, a incomunicabilidade humana e o amor em variadas formas. Em uma entrevista, disse o diretor: “[…] O que mais importa na vida é conseguir fazer esse contato com outro ser humano. Do contrário você está morto, como muitas pessoas hoje estão mortas. Mas se você puder dar esse primeiro passo em direção à comunicação, em direção à compreensão, em direção ao amor, então não importa o quanto o futuro possa ser difícil – e não tenha ilusões, mesmo com todo amor do mundo, viver pode ser diabolicamente difícil –, então você está salvo. Isso é tudo que importa, não é?”.