A noite dessa terça-feira, 8, foi marcada pelo empoderamento feminino, com o lançamento do projeto de extensão Coletivo Feminista Margarida Alves. Vinculada ao Departamento de Ciências Humanas e Letras (DCHL), campus de Jequié, a iniciativa é formada por alunas e professoras da Universidade. Para marcar a ocasião, foi realizada, no Anfiteatro do Pavilhão de Aulas Professor Manoel Soares Sarmento Filho, uma programação que contou com café cultural e mesa-redonda com o tema “Dissidência, Poesis e Feminismo”.
Jocelma de Oliveira, acadêmica do oitavo semestre do curso de Licenciatura em Pedagogia e membro fundadora do Coletivo Feminista Margarida Alves conta a trajetória da ação: “O Coletivo começou ano passado em torno do Dia da Mulher, quando a gente promoveu uma caminhada e uma roda cultural no centro da cidade. Ele tem a proposta da gente se unir com outras mulheres, com outros movimentos, inclusive com homens também, para a gente debater a questão da mulher, a sua realidade hoje na sociedade, seus direitos nesse momento tão crucial da política brasileira em que a gente tem perdido muitos dos nossos direitos. A proposta é afirmar que nenhum direito a menos mesmo”.
A pedagoga Caroline Lopes fala sobre a importância desse momento de lançamento do projeto de extensão. “O Coletivo Feminista é importante porque ele nos ajuda a compreender o nosso lugar enquanto mulher e tem ajudado bastante as mulheres aqui da Uesb, nesse sentido de se compreender melhor, entender o seu lugar de fala. Nesse momento estamos trazendo as pessoas da comunidade ou egressos dos cursos da Uesb, como é o meu caso, para continuar fazendo parte dessa formação”, revela Lopes.
O mestre em Relações Éticas e Contemporaneidade, Lucas de Souza, destaca a relevância do evento. “É importante nós pensarmos a universidade de fato como Luckesi fala: em ensino, pesquisa e extensão. Toda discussão teórica, entre outras discussões, também faz parte da sociedade e é importante a gente socializar a partir da universidade – onde é produzido esse conhecimento – e compartilhá-lo também fora da universidade, trazer outras pessoas de vários níveis acadêmicos e escolares também para dentro dessa discussão, onde o feminismo é algo que precisa ser discutido e contextualizado diante do cenário que nós vivemos no país”, acredita Souza.
A professora do colegiado de Pedagogia, Alessandra Bueno Di Grandi,também enxerga no evento uma grande relevância acadêmica e social. “Na Uesb, especificamente aqui em Jequié, ela é extremamente importante porque a gente precisa lembrar que nós temos um campus de alunos de formação majoritariamente feminino e nós não estamos falando especificamente só de alunas que vem para cá, estudam e não tem compromisso, não! Nós temos grande parte de mulheres aqui que são mães de família, arrimo de família, mulheres que trabalham, jovens moças que estão aqui à procura de uma formação. E essa formação não pode ser só acadêmica, não pode ser só teoria e prática, nós temos que ter outras discussões que envolvem o campo social, cultural, as relações de gênero, as relações sociais, o nosso trabalho, a nossa vida, porque isso tudo forma quem é o nosso profissional que vai sair daqui”, conclui Di Grandi.