Como atividade final da Semana de Alimentos 2018 (Sealim), foi realizado no dia 7 de dezembro o curso “Ecótipo: diversidade, sabores e opções”, conduzido pelo professor Ronaldo Vasconcelos, do Departamento de Tecnologia Rural Animal (DTRA). O intuito foi explicar, especialmente para os graduandos em Engenharia de Alimentos, sobre as espécies de animais presentes na Região Sudoeste e estudadas no campus de Itapetinga.
Conforme Andrea Gomes, organizadora do Sealim e docente da Instituição, a ideia foi fechar o evento com o curso que mostrasse novas espécies animais com potencial para ser produzido em sistemas agroflorestais, orgânicos e industriais também. “A multidisciplinaridade é muito importante para todos os cursos da Universidade, pois a pesquisa do professor Ronaldo valoriza a produção tradicional e criola, preservando os recursos genéticos que são extremamente adaptados à região que nós estamos”, afirmou a docente.
Segundo ela, o curso proporcionou aos profissionais de Engenharia de Alimentos mais capacitação para preservar os recursos genéticos, os sistemas industriais e tradicionais, “isso só enriquece os profissionais que formamos”, completa.
O professor Ronaldo Vasconcelos explica que, apesar da potencialidade de espécies na região, as pessoas ainda não perceberam o valor comercial, especialmente para a gastronomia regional. “Nós temos patos, carneiros, bodes, leite, ovos etc, tudo com uma diferenciação de sabor muito importante. Hoje, o consumidor está querendo um produto diferente, ele paga mais caro por isso”, afirmou o docente.
Para exemplificar o potencial de produção, ele explica que os frangos caipiras têm material genético francês, no entanto, na Uesb, já existe pesquisa desenvolvida com material genético compatível ao francês. “A gente precisa distribuir esse material ao pequeno produtor para que ele possa inserir esses produtos no mercado local para que todas as pessoas tenham acesso a ovos, carne, leite com esse material”, afirmou. Essas variações, segundo ele, são os chamados ecótipos, que estão presentes desde a época da colonização, mas que não são valorizados pela falta de conhecimento.