“Pesquisa é coisa de gente”. Esse foi um dos pensamentos expressados durante a palestrada proferida pela professora Maria Eliete Santiago, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no evento “A Pedagogia de Paulo Freire”, realizado nessa terça, 3. A frase procura compilar muitas ideias de Paulo Freire sobre o pensamento crítico, um dos pontos abordados pela professora e ex-orientanda do educador durante o evento, que teve o objetivo de relatar a compreensão do pensamento pedagógico à luz de Freire.
De que forma esse autor, conhecido nacional e internacionalmente, contribui com a educação? De acordo com Santiago, um dos principais posicionamentos de Freire sobre a pedagogia é a de que o processo do conhecimento se dá na relação entre os sujeitos. “Não podemos pensar que Paulo Freire é metodologia somente, se não, o transformaremos em técnica. Paulo Freire é um construto teórico-metodológico da educação problematizadora, que se orienta pela compreensão do ser humano como sujeito no processo do conhecimento”, comentou.
Dessa forma, segundo a palestrante, o pensamento crítico é impulsionado a partir da realidade em que se vive, retornando, como explicação, para enfim, poder modificá-la. Ela ainda apontou que o ser humano é o sujeito da educação, do processo de conhecimento. “É aí a importância da pesquisa fazer uma leitura da realidade. Por isso, ela não é somente para quem faz mestrado e doutorado. É também coisa de gente, de gente que é capaz de pensar e fazer, de conhecer. Portanto, é para quem está na graduação, na pós-graduação, na escola básica, quem está trabalhando com criança, com adulto e outros”, pontuou.
Nesse sentido, a professora Nilma Margarida, líder do Grupo de Estudos e Pesquisa em Práticas Curriculares e Educativas, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEd), defende a importância de discutir a temática na atualidade. “Precisamos praticar a pedagogia de Paulo Freire, pois houve um tempo em que o autor esteve ausente no ambiente universitário, mas ele nunca esteve tão presente como hoje. É preciso discutir, pois estamos aqui formando cidadãos que, posteriormente, irão formar outros cidadãos”, defendeu.