Desde segunda, 12, o campus de Vitória da Conquista vem sediando o 5º Seminário Nacional de Alfabetização e Letramento, que traz como temática central “O desafio da proficiência em leitura e escrita no Brasil”. Mas o que é ser proficiente em leitura e escrita de uma língua?
Segundo o professor Claudionar Alves, um dos membros da organização do Seminário, ser proficiente em leitura e escrita é, sobretudo, conseguir compreender aquilo que lê e produzir textos a partir disso. “O grande desafio hoje, pelo que os índices apresentam, é que a maioria dos nossos alunos apenas decodifica [os textos], mas não consegue extrair ou atribuir sentido a leitura”, apontou Alves.
Nesse intuito, o Seminário reuniu professores alfabetizadores, representantes das Secretarias de Educação de diversos municípios do entorno de Vitória da Conquista, além de estudantes do Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor) e de diversas licenciaturas, como Pedagogia e Letras.
Entre esses profissionais, está o professor Hergon Ramalho, que atua na rede municipal de Vitória da Conquista, ministrando aulas de Língua Portuguesa. Para ele, o espaço possibilita tanto uma complementação de sua formação profissional, como uma oportunidade de diagnosticar os problemas e desafios da alfabetização.
“É importante para a gente pensar sobre a linguagem, sobre a alfabetização, sobre as dificuldades atreladas a essa habilidade. É o momento para tentar estabelecer um possível diagnóstico da situação, sobretudo, aqui na Região Sudoeste da Bahia”, apontou Ramalho.
Índices de Educação – Os dados obtidos em relatórios internacionais e nacionais sobre a Educação Básica motivaram a discussão sobre esses desafios. Segundo o professor Ronei Guaresi, palestrante do último dia do evento, indicadores como o do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) e do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) apontam uma necessidade de se pensar novos caminhos.
“Não se pode destacar um caminho como sendo o salvador da pátria. É um complexo jogo de variáveis que, de alguma forma, colabora para que a qualificação do ensino de língua materna aconteça – como o nível de letramento da população, o estatuto social das pessoas, o acesso a bens culturais”, explicou Guaresi.
Ainda segundo ele, é importante profissionalizar a educação, como o que acontece em outras áreas, possibilitando estabelecer estratégias preventivas no ensino. “Estamos discutindo as melhores práticas possíveis para apresentar o sistema de escrita à criança, levando em conta seus diferentes perfis. Estudos mostram, por exemplo, que, a depender da origem da criança, alguns aspectos impactam no sucesso ou não do aprendizado”, relatou.
O evento contou ainda com minicursos, mesas-redondas, simpósios temáticos, entre outras atividades, para dialogar em torno da temática.