A primeira semana do período letivo 2018.1 teve início com a realização de diversas atividades voltadas para recepcionar a comunidade acadêmica. Destacando as universidades estaduais como grandes responsáveis pela interiorização do ensino superior no estado da Bahia, foi realizada, na noite desta terça, 3, no campus de Vitória da Conquista, uma mesa-redonda sobre o tema.
Intitulada “O Plano Estadual de Educação: acesso à educação superior e o papel das universidades estaduais baianas”, a atividade contou com a participação do reitor da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), Evandro do Nascimento Silva, da professora do Departamento de Ciências Sociais e Aplicadas (DCSA) da Uesb, Sofia Manzano, e a mediação do presidente do Diretório Central dos Estudantes de Vitória da Conquista (DCE), Wesley Dantas.
O reitor da Uefs trouxe para a discussão os desafios oriundos da realidade das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba’s) em relação ao Plano Estadual de Educação. “Ao seguirmos a meta 12, nos próximos oito anos – já que dois anos do Plano já se passaram -, seria necessário um incremento de 15 mil vagas nas quatro universidades estaduais. Isso é um desafio muito grande, porque requer investimento. A contradição é que estamos em um momento em que o Estado está reduzindo investimento nessas instituições. Então, como vai fechar essa equação?”, questionou o professor Evandro do Nascimento Silva.
Nesse aspecto, a professora Sofia Manzano lembrou que os poucos recursos e atenção direcionados às universidades estaduais prejudicam não só a própria estrutura das instituições, mas também a perspectiva das cidades atendidas por elas e de toda a população que necessita do ensino superior. “Sabemos que a educação superior é fundamental para o desenvolvimento humano, para o desenvolvimento local, para o desenvolvimento do país. Sem uma educação superior de qualidade, que significa recursos, material humano e infraestrutura, nós não podemos alargar o desenvolvimento que a humanidade atingiu para a população que mais necessita, que é a população que vive no interior do Estado”, defendeu.
Para o reitor da Uesb, professor Luiz Otávio de Magalhães, já que a ampliação da oferta do ensino superior é uma demanda social que chegou ao status de projeto de estado, as universidades públicas têm um papel central. E nesse sentido, para o diagnóstico e construção do debate em torno da realidade das Ueba’s, a participação da comunidade acadêmica é essencial. “O que a gente quer é essa cultura do debate, da discussão. Trazemos representantes institucionais, como o professor Evandro – em seu segundo mandato como reitor, com larga experiência na gestão de uma universidade pública -, e também pessoas que estão debatendo a universidade no âmbito do movimento político, do movimento estudantil, do movimento docente. Esse debate pra gente é parte da universidade”, concluiu o reitor da Uesb.