Quando conversamos com um amigo ou escrevemos uma mensagem para um familiar, por exemplo, estamos usando o texto. Presente nas diversas esferas do nosso cotidiano, o texto se tornou destaque nas discussões promovidas nesta quinta, 11, no campus de Vitória da Conquista.
Para discutir as questões de letramento, bem como a interferência da tecnologia nesse contexto, a 1ª Jornada do Texto reuniu pesquisadores e estudantes em uma programação com conferências, palestra e minicursos. “O texto tem que ser o ponto de partida e o de chegada no ensino de Língua Portuguesa”, indicou a professora Márcia Helena de Melo, idealizadora da iniciativa.
Segundo ela, as tecnologias estão presentes em grande parte das discussões. “O evento está muito voltado para a questão do letramento digital, do texto na internet, do hipertexto, quais são as mudanças que esses novos textos estão proporcionando para o ensino e para nossa escrita de modo geral”, explicou.
Texto e tecnologia – Na conferência de abertura, essa relação ficou ainda mais clara com as experiências trazidas pelo professor Ronaldo Corrêa, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Para ele, o diálogo entre os textos produzidos fora e dentro da escola deve ser constante, sobretudo, quando falamos do universo digital.
“Os estudantes produzem muitos textos fora da escola e eles produzem por diversas razões. Quando chegam à escola, eles começam a produzir outro tipo de texto que não faz muito sentido para eles. A ideia é que a sala de aula seja espaço para que esses textos, que eles já produzem, sejam também ações de letramento, oportunidades para discutir e usar a língua”, argumentou Corrêa.
Professora Ana Elisa Novais, do Instituto Federal de Minas Gerais
Pesquisando essa relação da tecnologia com a linguagem, a professora Ana Elisa Novais, do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG), campus de Ouro Preto, destacou como as nossas experiências digitais tem sido usadas para construir nossos textos e dizer sobre o mundo.
“[A tecnologia] transforma a nossa forma de pensar sobre o mundo, entender o mundo e dizer sobre o mundo. Como nós somos seres que usamos relações de sentido pra construir novos sentidos, foi muito fácil pegar as experiências digitais e os sentidos criados pra gente criar esse pacto com o computador e transpor isso para a nossa comunicação cotidiana”, apontou Novais.
A Jornada é organizada pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística e pelo Departamento de Estudos Linguísticos e Literários (Dell), e conta com o apoio da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Proex).