Pensar na importância da carne para a economia da Bahia, suas formas de produção e comercialização. Essa é a proposta do 2º Encontro da Carne da Bahia, realizado nos dias 5, 6 e 7 de junho, no campus de Itapetinga. O evento atende uma demanda de públicos diferentes – dentre eles, estudantes, pesquisadores, produtores, criadores e consumidores -, que se interessa em compreender e discutir a qualidade da carne, especialmente em termos de consumo.
Cristiane Leal, professora vinculada ao Departamento de Tecnologia Rural e Animal (DTRA) da Uesb e coordenadora do evento, ressaltou que a carne aparece em nossas mesas rotineiramente. “Precisamos conhecer o que está sendo produzido, inclusive cientificamente. Por isso, trouxemos palestrantes com visibilidade nacional para falar sobre o assunto e incentivar as pessoas a escolherem melhor o alimento que é levado para casa”, salientou a docente.
Ela ainda lembrou que o campus de Itapetinga e seus cursos – principalmente, Zootecnia e Engenharia de Alimentos – estão inseridos em uma cidade conhecida por ser a capital da pecuária, por isso a importância de trazer para a Universidade a discussão dessa temática em termos práticos e científicos.
Especialistas no assunto – Para tanto, a programação foi preenchida com pesquisadores de algumas universidades brasileiras e profissionais que atuam no ramo da carne. É o caso de Paula Martino, fundadora da startup “Carne com ciência”. Formada em Zootecnia, a profissional apresentou seu conhecimento técnico – por meio de cursos, palestras e workshops – para, especialmente, profissionais das áreas de Zootecnia e Medicina Veterinária. “Carne com Ciência é um portal voltado para o desenvolvimento técnico e profissional dos recém-chegados ao agronegócio”, explicou.
Martino ressaltou que a carne tem história: “um bife que chega a nossa mesa passou por um processo até chegar ali. Por isso, é preciso que o consumidor saiba fazer escolhas. Dentro de uma cadeira produtiva, isso retorna para o pecuarista, pois ele entende melhor o que se deve produzir”.
Neste contexto socioeconômico da produção de carne, o secretário de Agricultura do Estado da Bahia (Seagri) e ex-egresso da Uesb, Lucas Costa, afirmou que a Bahia possui a maior população rural do Brasil: 26% da sua comunidade reside em território rural. “O Médio Sudoeste tem uma importância grande quando se fala de gado de corte e também de leite. Essa é a região com maior expressão nesse segmento na Bahia”, comentou o secretário ao lembrar que o estado ainda tem potencial de aumento no agronegócio, especialmente ao oportunizar que os produtores conheçam tecnologias e pesquisas feitas dentro da Universidade.
Variedade de tipos de carnes – Embora a Região Sudoeste tenha se consolidado na produção e comercialização de carne bovina, a inserção de outras carnes também tem evidenciado a importância de diversificação de mercado. A docente da Universidade Federal de Goiás, Eliane Miyagi, veio ao CarBahia para falar sobre carne ovina, ou seja, oriunda de carneiro, cordeiro e ovelha. “Às vezes, o produtor lança esse tipo de carne no mercado e não tem aceitação, mas é preciso entender qual a demanda desse tipo de produto”, afirmou a professora. Segundo ela, a qualidade da carne também é modificada a depender da idade do animal: “é preciso que chegue a mesa do consumidor um produto de qualidade. O pecuarista de ovino, por sua vez, também tem que saber das especificidades desse segmento”.
O CarBahia segue com sua programação até sexta, 7. Estão previstas palestras sobre carnes de aves, carnes de alto padrão, processamento de pescado, dentre outros. Todas as palestras acontecem no Auditório Juvino Oliveira e os interessados podem se inscrever no mesmo local do evento.