“Faça-se, erga-se. Lute, mulher! Porque ser, você já é, e direito ninguém te deu, foi você quem conquistou”. Canta Nathalia Ferri na trilha sonora do curta “Transformar os silêncios”, que foi exibido na noite dessa terça-feira, 9, no campus de Vitória da Conquista. A atividade encerrou o evento “Ocupação Mulheres, Imagem e Resistência”, que durante todo o dia desenvolveu várias ações, com o intuito de debater sobre o protagonismo feminino nas artes e o silenciamento que é imposto às mulheres, bem como suas lutas e conquistas ao longo do tempo.
O vídeo é o resultado de uma experiência do Movimento “Fotógrafas Brasileiras”, que prioriza o protagonismo das mulheres na fotografia. O curta conta com imagens de 74 fotógrafas, de 16 estados do país. As imagens foram produzidas para refletir sobre o histórico de silenciamentos vivenciados pelas mulheres, como a violência, o assédio e a exploração.
Após a exibição, foi realizado um debate sobre o tema do evento, que contou com a participação das professoras da Uesb, Núbia Regina e Luciana Silva, vinculadas, respectivamente, ao Departamentos de Filosofia e Ciências Humanas (DFCH) e de Ciências Sociais Aplicadas (DCSA), além da fotógrafa, historiadora e pesquisadora Milla Dantas. “Atividades como essa são de fundamental importância para que a sociedade veja o que acontece na vida das mulheres, para que a gente ouça as mulheres e para que se possa discutir pautas que são tão importantes para todas nós”, destacou Milla Dantas.
Para Géssica Emanuele, aluna do Curso de Cinema e Audiovisual e uma das organizadoras do evento, o debate é necessário para mostrar a força da resistência feminina. “Estamos tentando entender como essa imagem da mulher ficou tanto tempo invisibilizada e de como ainda não somos reconhecidas em certos espaço, inclusive o acadêmico. Mas nós somos a imagem da resistência e precisamos reafirmar isso. A mulher precisa reafirmar seu direito, por isso esse encontro”, comentou a estudante.
O “Ocupação Mulheres, Imagem e Resistência” foi promovido pelo Laboratório de História Social do Trabalho (Lhist) em parceria com o projeto “Cinema e História”, com centros acadêmicos e coletivos de mulheres de Vitória da Conquista. De acordo com a professora Rita de Cássia Mendes, coordenadora do Lhist, as atividades do Laboratório buscam recuperar algumas facetas de diversos movimentos sociais organizados no Brasil, como o movimento feminista. Para a docente, a ação foi uma importante semente, no intuito de estabelecer dentro da Universidade espaços constantes de discussão. “A gente tem que manter essa perspectiva de um debate sobre a resistência feminina, ainda mais nesses tempos sombrios em que estamos vivendo e que a vida das mulheres está tão ameaçada”, declarou.