Aconteceu, na tarde dessa quarta, 9, no Auditório Waly Salomão, campus de Jequié, o 1º Encontro sobre Violência Doméstica, promovido pelo Grupo de Pesquisa Violência, Saúde e Cultura de Paz e pelo Laboratório de Saúde Coletiva da Uesb. O Encontro teve a finalidade de divulgar as atividades desenvolvidas pela equipe executora do Grupo de Pesquisa e fomentou discussões sobre os aspectos conceituais e epidemiológicos, além das relações de gênero e poder que contribuem para a ocorrência da violência doméstica, destacando-a como uma violação dos direitos humanos.
Segundo a coordenadora do Encontro, professora Vanda Palmarella, o mesmo alcançou seu objetivo. “O primeiro encontro sobre violência doméstica teve o propósito de dar visibilidade às ações do Grupo de Pesquisa Violência, Saúde e Cultura de Paz, que foi criado em 2015 na Universidade. Ele desenvolve suas atividades no Laboratório de Saúde Coletiva e integra estudantes e docentes de vários cursos da área de Saúde, entre esses, Enfermagem, Fisioterapia, Odontologia e os demais que tem o interesse de estar participando, além de profissionais da rede”, diz a professora.
Ainda para Palmarella, a violência doméstica é um problema de saúde pública. “A gente tem o interesse de começar a dar visibilidade à questão da violência, começar as primeiras reflexões sobre a violência doméstica, que ela se configura como um problema de saúde pública, um problema que vem gerando adoecimento físico e emocional, vem gerando mortes, que vem ganhando uma dimensão grande, principalmente nos últimos anos, e que a gente precisa realmente intervir. A partir disso, a gente precisa dessa visibilidade, precisa começar a discutir, a dialogar”, revela.
Willis dos Santos Rodrigues, do nono semestre do curso de Psicologia, reconhece a importância do evento. “É de suma importância já que, no nosso cotidiano, no estágio clínico, a gente recebe essa demanda de mulheres que são violentadas, que sofrem violência patrimonial, física, psicológica, emocional. É importante estarmos a par dessa situação, desse contexto. Participar desse evento é bastante significativo porque nos proporciona conhecimento acerca da temática”, declara Rodrigues.
Liliele Leal da Silva, que cursa o segundo semestre do curso Técnico em Enfermagem no Centro Estadual de Educação Profissional Regis Pacheco, concorda. “Para mim, o evento foi muito importante porque abrangeu vários aspectos e definiu melhor o que é violência, os termos da violência, porque, até o momento, eu entendia mais como violência física e psicológica, mas existem as outras violências em diversos âmbitos. A violência não é só dentro de casa, também é fora de casa”, diz Silva.
Para Delza Duarte, enfermeira da Prefeitura Municipal de Jequié, a programação do evento foi de grande valor. “É de grande valia para a população como um todo. Isso é algo velado, meio escuso, ninguém quer falar em violência, as pessoas preferem se calar. Então, quando a gente leva isso para o público, a gente precisa explorar, a gente precisa falar, a gente precisa se conhecer, conhecer o outro. A história do outro fortalece. A Uesb fez uma jogada maravilhosa na hora que deu o ponta-pé no projeto, de a gente ir para comunidade, da comunidade se abrir. Isso é de grande valia tanto para gente, profissional, e, principalmente, para a população”, conclui Duarte.