Garantir o direito à convivência familiar é um princípio básico quando falamos de garantias de crianças e adolescentes. Nesse processo, a adoção é um caminho que ainda gera dúvidas, mas que também desperta grande interesse na sociedade. Para desmistificar alguns aspectos do processo de adoção, bem como esclarecer dúvidas recorrentes, o Laboratório de Estudos de História Cultural (LEHC) promoveu um encontro no último sábado, 29, no campus de Vitória da Conquista.
A iniciativa vem sendo desenvolvida junto à Associação Baiana de Estudo e Apoio à Adoção – Nascidos do Coração (Nascor), grupo que já realiza um trabalho nessa área há seis anos. “Eles têm uma experiência muito boa mesmo nesse processo. Fazem apadrinhamento afetivo, busca ativa de crianças que estão em outros estados. Nossa motivação é aglomerar mais pessoas em torno dessa temática e criar realmente uma rede de apoio e solidariedade com relação a quem quer adotar e a quem já está no processo de adoção”, explicou a professora Cleide Lima, coordenadora do LEHC e organizadora do evento.
A docente contou ainda que a ausência de uma entidade de apoio para adoção em Vitória da Conquista, constatação feita durante o processo de adoção do seu segundo filho, foi uma das motivações para abraçar a ideia. “Eu mesma passei pelo processo de adoção do meu segundo filho. Fui buscar grupos de apoio aqui na cidade e descobri que não existia nenhum grupo de apoio. Nós, mães e pais, que nos disponibilizamos a ter um filho, precisamos de uma rede de apoio, que seja familiar, que seja de uma comunidade. Diz a lenda que você precisa de uma aldeia inteira para educar uma criança. E é verdade”, disse.
Novas adoções – A contadora Claudia Almeida e o professor Altemar Brito já têm duas filhas, mas pensam em aumentar a família por meio do processo de adoção. Contudo, ainda existem muitas dúvidas sobre o processo, que vão desde o primeiro passo até a média de duração do processo.
“Pra gente, tudo é muito novo, ainda gera muitas dúvidas”, contou Claudia. “Se a gente tiver interesse de adotar uma criança, quem a gente procura? Qual o envolvimento da outra família? A gente tem contato com a outra família dessa criança ou não? São várias as dúvidas que a gente tem a respeito do procedimento, por isso que a gente se interessou em vir aqui” reforçou Altemar.
A parceria entre o LEHC e a Associação pretende ampliar a discussão e promover sempre o esclarecimento para que o processo de adoção seja mais tranquilo e a convivência familiar um direito garantido a mais pessoas. “Criar um filho é um grande desafio, exige grande sabedoria, exige uma paciência e uma capacidade de amar”, finalizou a professora Cleide Lima.