“Envelhecimento e morte: uma perspectiva multidisciplinar” foi o tema da mesa-redonda realizada ontem, 16, no campus de Jequié, pelos discentes do 8º semestre do curso de Fisioterapia. O evento é uma atividade da disciplina Fisioterapia em Atenção à Saúde do Idoso, ministrada pela professora Thais Alves Britto. Para ajudar nas reflexões estiveram presentes o Padre Wildelfonso Machado e três discentes de graduação em Fisioterapia da Uesb, que fizeram relatos de experiências durante o estágio curricular em unidades hospitalares de Jequié.
Sobre envelhecimento no processo do ciclo natural da vida humana, o Padre Machado fez uma contextualização histórica e religiosa apresentando aos discentes como acontece o processo do envelhecimento e da morte, a finitude, baseado nos escritos bíblicos. “O envelhecimento é uma terceira fase onde fazemos nossas caminhadas, experiências, e, naturalmente, chegaremos ao fim. Aqueles que têm a graça e alegria de chegar à velhice e experimentá-la, na perspectiva religiosa, não finda, é o começo para uma vida futura, aí vem o tema espiritual, a salvação para uma vida eterna”, disse. Para ele, desde os primórdios da humanidade, tanto na concepção bíblica quanto espiritual, a cultura cristã abstrai o pensamento judaico, lembrando aos participantes do evento que a pessoa idosa tem valor e importância singular, pois são pessoas que tem sabedoria e maturidade, e deve estar em destaque na sociedade e ocupar posição de aconselhamento porque conhece vários assuntos da vida.
Os discentes do décimo semestre de Fisioterapia Edneice Barbosa, Isabele Cristina e Max Melo apresentarem seus relatos de experiências em Unidades de Tratamento Intensivos (UTIs), nas quais enfrentaram situações com pacientes que vieram a óbito. Os três foram categóricos em dizer as mortes dos pacientes são momentos difíceis na prática da profissão porque cria-se vínculos afetivos, e neste cenário envolve uma situação multidisciplinar entre profissionais e familiares.
“A importância desse evento é pelo fato de que ele é uma formação complementar. Ouvimos os relatos sobre o processo de cuidar dos pacientes idosos, inclusive no momento da morte, quando os profissionais da saúde precisam saber lidar com a trajetória final dos cuidados. Após a morte , temos que falar com os familiares”, salientou Gilberto Alves Dias, discente de Fisioterapia da Uesb.
Fernanda Correia, do 8º semestre, disse que discutir envelhecimento e morte frente aos cuidados dos pacientes idosos trouxe mais esclarecimentos não só para a prática da profissão, mas contribuiu para o aprimoramento pessoal. “É um momento muito delicado para agente enfrentar porque vamos conviver com pacientes idosos onde a morte pode ou não ser esperada, e temos que saber lidar com este momento”, afirmou.