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As hepatites virais continuam sendo um desafio importante para a saúde pública no Brasil, especialmente em regiões com maior vulnerabilidade social. Um estudo recente desenvolvido na Uesb esclarece sobre esse cenário, ao mostrar que fatores sociodemográficos, como escolaridade, renda e local de moradia, influenciam diretamente no estado vacinal da população.
O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) “Perfil epidemiológico e estado vacinal das hepatites na população da região Sudoeste da Bahia”, realizado por Ise Novaes de Oliveira Anjos, egressa do curso de Farmácia, sob orientação da professora Gisele da Silveira Lemos, identificou desigualdades significativas na cobertura vacinal contra as hepatites. O estudo destaca possíveis barreiras que dificultam o acesso à imunização, apontando caminhos para que gestores e profissionais de saúde possam atuar de forma mais efetiva na prevenção e no controle dessas doenças.
Segundo Gisele, as hepatites virais representam um relevante problema de saúde pública no Brasil e no mundo, sendo responsáveis por considerável morbimortalidade, especialmente nas regiões com maior vulnerabilidade social, tratando-se de doenças de notificações compulsórias. A pesquisadora aponta ainda que a vacinação, especialmente contra hepatite B, constitui uma das principais estratégias de prevenção e controle dessas infecções, sendo oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“A cobertura vacinal ainda apresenta desigualdades significativas entre diferentes grupos populacionais, influenciada por fatores como escolaridade, renda, local de moradia e acesso aos serviços de saúde”, afirma a professora. Conforme Lemos, é necessário de compreender como fatores sociodemográficos influenciam no estado estado vacinal da população. “A análise desses determinantes poderá subsidiar ações mais equitativas e eficazes por parte dos gestores públicos e profissionais de saúde, com foco na ampliação da cobertura vacinal e na redução das desigualdades em saúde”, destaca a professora Gisele da Silveira Lemos.

Sobre a pesquisa – Os dados utilizados no estudo foram obtidos do banco de dados do DataSUS/TabNet, reconhecido por seu amplo acesso e utilidade na vigilância em saúde pública. Contudo, “é importante destacar que esses dados podem apresentar (e apresentaram) limitações, evidenciando possível subnotificação e defasagem temporal — até a conclusão do mesmo, não havia atualizações recentes, ou seja, até a primeira quinzena de junho de 2024, só havia dados do ano de 2020 — uma grande limitação visto que se refere a doenças de notificação compulsória. Tais fatores podem impactar na precisão da estimativa da real magnitude do problema na região estudada”, esclarece Ise Novaes de Oliveira Anjos.
A pesquisa auxiliará profissionais e gestores de saúde pública, especialmente aqueles atuantes na região Sudoeste da Bahia. Com isso, poderão utilizar os dados e análises para embasar ações de vigilância epidemiológica, campanhas de vacinação e políticas de redução das desigualdades no acesso à imunização.
Acadêmicos, pesquisadores e estudantes das áreas de Saúde Coletiva, Enfermagem, Medicina, Epidemiologia e Ciências Sociais, interessados na compreensão dos determinantes sociais da saúde (prevalência das HVs) e nos fatores que afetam a cobertura vacinal; autoridades e órgãos de saúde locais e estaduais, como as Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde, podem se beneficiar dos resultados do estudo para identificar lacunas e implementar estratégias específicas de intervenção e a comunidade em geral, especialmente os moradores da região estudada. A ideia é que possam promover maior conscientização sobre a importância da vacinação e os fatores que contribuem a prevalência e incidência do agravo em questão.
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