Nessa terça, 13, começou, nos campi de Itapetinga e Vitória da Conquista, o 2º Festival Cultural da Uesb, que traz como tema “Estéticas e Ancestralidades”. Nesta edição, o Festival realizará tanto atividades on-line quanto presenciais.
A Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Proex) já realizou o evento em 2021, porém todas as atividades foram em formato remoto por conta das restrições sanitárias causadas pela pandemia de Covid-19. Nesta segunda edição, porém, o Festival conta com atividades de forma híbrida.
De acordo com o professor Luciano Lima, coordenador de Extensão, Esporte e Cultura do campus de Itapetinga, a proposta multicampi do Festival agrega a comunidade do entorno. “É o nosso principal foco e objetivo, mas também a gente trabalha do ponto de vista cultural, fomentando a cultura e a arte”, afirmou Lima. O professor acrescentou que a temática escolhida para o festival “resgata todo um processo da cultura que é um processo identitário de uma região, de um povo e de grupos que nos antecederam”.
A professora Gleide Pinheiro, pró-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, contou que a Proex organizou o Festival com o objetivo de provocar o público sobre a cultura. “Ela tem um papel muito importante, não só de entreter, mas também de fazer com que tenhamos algumas reflexões, mudemos posturas, atitudes e opiniões, a partir de um olhar mais crítico para o contexto social em que a gente vive em nosso país”, destacou. A pró-reitora explica, ainda, que o evento é voltado para todos públicos, desde crianças e adolescentes até idosos.
Nesse sentido, Lima completou: “as trocas de experiências intergeracionais entre jovens, adultos, idosos e relatos daqueles que já não estão mais entre nós fortalecem esse fazer cultural que é identitário e marcado pelas estéticas culturais e a ancestralidade da nossa região”.
Vitória da Conquista – O primeiro dia de atividades foi marcado pela cerimônia de abertura. O momento contou com a presença do reitor da Uesb, professor Luiz Otávio de Magalhães; da pró-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, Gleide Pinheiro; da pró-reitora de Ações Afirmativas, Permanência e Assistência Estudantil, Adriana Amorim; do pró-reitor de Graduação, Reginaldo Pereira; e do deputado estadual Zé Raimundo, responsável pela emenda parlamentar que financiou o evento.
A abertura contou, ainda, com apresentação teatral, produção dos cursos de licenciatura em Dança e em Teatro, ambos da Uesb no campus de Jequié. O espetáculo “(Nós) do Morro” é livremente inspirado no romance “Capitães de Areia”, de Jorge Amado.
O professor Francisco Lima, do Departamento de Ciências Humanas e Letras (DCHL), é o diretor do espetáculo e explicou que, mesmo sendo produzida a partir da livre inspiração na obra do autor baiano, o texto da peça é de autoria dos alunos. “É completamente original, atual, com referências da cultura juvenil de hoje. A gente retrata a periferia, como nós somos, jovens na periferia do Brasil afora, e como é estar nesse lugar de crianças abandonadas e da ausência do Estado”, narrou.
Itapetinga – Já no Auditório Juvino Oliveira, a programação inclui duas exposições fotográficas intituladas “O Quilombo do Maracujá de Conceição do Coité-Ba” e “Firmando suas Raízes: a estética dos cabelos crespos cacheados”. Neste primeiro dia, aconteceu a apresentação do espetáculo “Conhecendo as origens de um povo: o samba de roda na comunidade quilombola Rua de Palha”, em que alunos do 9°ano de Escola Municipal de Bandeira do Colônia, que também fazem parte dessa comunidade remanescente, fizeram uma apresentação retratando a tradição no município de Itororó. A ação fez uma linha do tempo entre as trocas de experiências intergeracionais, a partir da tradição do samba de roda.
João Taylle, professor de cultura afro-brasileira indígena e coordenador do espetáculo, contou que a ideia do projeto surgiu a partir da dissertação de mestrado da professora Polline Oliveira sobre essa temática. “A tradição dos moradores que reuniam a família e, ali, iam contar um pouco das suas histórias e vivências durante a semana, do que que eles fizeram, culminando, assim, com o samba de roda”, pontuou Taylle. Segundo ele, muitos alunos descobriram as histórias de suas famílias nesse processo.
A programação do evento segue até 16 de dezembro, com apresentações, oficinas criativas e rodas de conversa, além das exibições dos produtos audiovisuais desenvolvidos por estudantes e servidores da Uesb.
Confira aqui a programação completa do 2º Festival Cultural da Uesb