“Eu entendo que o papel da docência, e eu não digo só da formação, mas como do trabalho do professor, é uma das questões mais importantes para qualquer país, pois é a base de formação de novos profissionais, é a base da formação da infância, da juventude”. A afirmação é da professora Rosanne Evangelista, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), que está participando do 3º Encontro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Práticas Curriculares e Educativas, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação.
O evento, que conta com o apoio da Pró-Reitoria de Graduação, está acontecendo no campus de Vitória da Conquista desde a última terça, 19. O Encontro buscou pensar e interrogar as políticas e práticas curriculares. “Eu entendo que um país, qualquer que seja, deve colocar na finalidade da formação de professores e do trabalho do professor, uma de suas tarefas mais importantes, em termos de políticas de currículos, em termos de políticas de educacionais”, destacou Evangelista.
Nesse sentido, ela ressaltou que o diálogo deve ser promovido pelas universidade, mas também é preciso alcançar toda a rede da Educação. “Eu acho que é essa uma responsabilidade social dos pesquisadores. A gente trabalha e pesquisa para compartilhar o conhecimento”, declarou a docente.
Pensando nisso, a coordenadora do evento, professora Núbia Regina Moreira, vinculada ao Departamento de Filosofia e Ciências Humanas (DFCH), reforçou a preocupação em promover um encontro não só dos graduandos e mestrandos da Universidade, mas para todos os professores das redes municipal e estadual. “A nossa proposta foi fortalecer essa discussão, não só no âmbito local, mas também para acompanhar o que tem sido colocado sobre os órgãos políticos sobre a formação de professores e a base curricular. Acredito que é um assunto muito importante para a comunidade acadêmica, considerando a licenciatura de um modo geral, e também para toda a rede de Educação”, explicou.
Base Curricular – Além de mesas temáticas e minicurso sobre Teoria e Práticas Curriculares, a professora Rosanne Evangelista, que também é coordenadora do Comitê Científico do Grupo Temático Currículo da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), ministrou nessa quarta, 20, a palestra Política Curricular de Formação de Professores e a BNCC.
“Como pesquisadora de Currículo e professora que trabalhou por 30 anos com a Escola Básica, eu acredito no professor como aquele sujeito que é capaz de criar currículos. Por causa disso, eu tenho críticas profundas ao processo não muito democrático de constituição desse Currículo Nacional”, afirmou a docente.
Para ela, quando se diz que há um Currículo único para todo o país, coloca em cheque a capacidade do professor trabalhar. “Para nós, nos preocupa muito que o professor acaba cedendo a essa tentação e diminua a sua potência criadora. É por isso que estamos discutindo criticamente esse modelo que não atende a diversidade do país. Então, dizer que todas as escolas se sintetizam em uma base é reduzir completamente as vivências que existem em uma escola”, defendeu.