Ensinar Matemática de modo que tenha um sentido positivo para quem aprende tem sido um desafio para os defensores da modelagem matemática da educação. O tema fez parte da abertura do 4º Simpósio de Pesquisa e Extensão em Grupos Colaborativos e Cooperativos e da 6ª Jornada de Estudos do Geem, realizada nessa terça, 27.
Para conduzir a atividade, foi a convidada a professora Maria Salett Biembengut, da Universidade Regional de Blumenau (FURB), que pontuou questões pertinentes em torno desse modelo de ensino da Matemática. De acordo com ela, o movimento, que teve início na Inglaterra, Estados Unidos, Alemanha, entre outros países, no final da década de 70, tem o propósito de ensinar aos aprendizes uma forma de aplicar a Matemática no cotidiano e com significado, não apenas um amontoado de números e regras.
“Defendo agora que a modelagem deve ser utilizada nas Ciências, na Matemática, na Linguagem, pois, quando você faz uma pesquisa para entender um processo, não há como você lidar apenas com um tópico, uma área do conhecimento, isso envolve, a depender do tema, estudar o clima, a história, a biologia, a geografia”, defendeu a professora.
A pesquisadora Maria Salett Biembengut fez a abertura dos eventos
Um exemplo disso, destacou Salett, está em estudar questões relativas à melhoria genética de algum tipo de fruto ou vegetação. Quem trabalha com isso já utiliza a modelagem como ferramenta de trabalho. Assim, o educador em Matemática absorve esses dados e adapta para ensinar a disciplina. “Muitas vezes ,busco modelos existentes de pesquisadores importantes do nosso país e que tratam de questões da nossa realidade e adapto para estudantes de todos os níveis”, disse a professora.
Nesse processo de adaptação de modelos, o ensino para crianças de 6 a 10 anos também é contemplado. Segundo Sallet, é importante a criança fazer perguntas como “Por que isso acontece?” para entender como funcionam as coisas, como o desenvolvimento de um fruto, de uma semente ou a dinâmica das formigas. O uso da Matemática, associado a outras disciplinas, é fundamental para entender o processo.
No país, essa discussão também teve início na década de 70, quando professores brasileiros começaram a disseminar, por meios dos congressos, essa linha. Segundo a professora, houve um avanço considerável, visto que existe atualmente uma preocupação por partes das políticas públicas voltadas para a educação inserir nos documentos oficiais essa abordagem.
Para um dos organizadores do evento, o professor Claudinei de Camargo, do Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas (Dcet), trazer alguém de referência nacional e internacional para as discussões que o Grupo de Estudos em Educação Matemática (Geem) vem desenvolvendo, é essencial para o desenvolvimento do aluno. “Essa atividade faz parte de tudo que estamos tentando fazer ao longo desses quase 15 anos e que estão relacionadas com a formação de professores, bem como com o desenvolvimento de atividades dos professores nas escolas”, chamou atenção.