Refletir sobre as diferentes formas de fazer fotografia – das tradicionais até aquelas em movimento – tem sido o objetivo da Jornada de Fotografia e Cinema, que teve início na última terça, 11, no campus de Vitória da Conquista. Em três dias de programação, o evento reuniu profissionais e interessados na área, articulando exibição de filmes, oficinas, mesas de debate e lançamentos de obras fotográficas.
Organizador da Jornada, o professor Rogério Luiz Oliveira, do Departamento de Filosofia e Ciências Humanas (DFCH), destacou tanto o caráter de reflexão das atividades, como o de formação. “A Jornada tem esse objetivo, pensar a fotografia como um ato de existência e de resistência, reunir pessoas que estão dedicadas a entender a fotografia não como mero instrumento de reprodução, mas como uma atitude comprometida com o seu tempo, com suas condições, com seu contexto”, defendeu.
Formação – Entre os profissionais convidados para integrar o evento, esteve o fotógrafo Rogério Ferrari. Um dos comentarista convidado para a sessão de abertura, fotógrafo também ministrou a oficina “Fazer fotografia: ver o olhar”. Na ocasião, Ferrari destacou a importância de comunicar por meio da fotografia. “A técnica é importante, mas não é o a priori, de forma que de nada serve você ter um domínio da técnica se você não tem claro o que você quer dizer, uma compreensão de si mesmo, uma compreensão do seu lugar no mundo e uma clareza de como você se posiciona diante do mundo”, explicou.
Ferrari trouxe também um pouco do seu trabalho voltado para a fotografia de povos e movimentos sociais em diferentes países, como os que retratam palestinos, curdos, os ciganos baianos e povos indígenas. Para ele, a fotografia pode ser uma forma de trazer olhares que fujam dos já retratadas pela grande mídia. “Através da fotografia, procurar estabelecer um contraponto à informação estigmatizada ou a informação que corresponde aos interesses de poder”.
Fotógrafa e jornalista, Bárbara Jardim foi uma das participantes da Jornada. Encantada pelo caráter sensível apresentado na oficina, Jardim destacou a importância de pensar além da técnica perfeita. “De um modo geral, as oficinas falam muito da técnica, do quanto é importante você fazer uma foto bonita tecnicamente. Mas a fotografia é um exercício muito mais de olhar para a foto do que sair clicando”, opinou.
A Jornada foi organizado pelo curso de Cinema e Audiovisual, pelo Programa Janela Indiscreta Cine-Vídeo e pelo Programa de Cinema e Audiovisual (Procine), e encerra suas atividades nesta quinta, 13, com a finalização das oficinas e uma mesa de debate.