Com o tema, “Movimentos Sociais e Educação do Campo em perspectiva Latino-Americana”, a Uesb, campus de Vitória da Conquista, recebe a partir desta sexta, 20, a 4ª Jornada Universitária Interinstitucional em Defesa da Reforma Agrária (Jura). O evento, organizado pela Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), em parceira com a Uesb e com a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), busca, por meio de diversas atividades nas três instituições, refletir sobre a luta pela terra e a reforma agrária no Brasil, além de debater sobre as questões da Educação no Campo.
De acordo com a professora do Mestrado em Educação , Arlete Ramos, responsável pelas ações da Jornada na Universidade, esse evento, acontece simultaneamente em diversas instituições de ensino superior do país, a partir de uma articulação de pesquisadores que trabalham com a temática. Ainda segundo a professora, normalmente, a Jornada acontece no mês de abril para lembrar o Massacre de Eldorado do Carajás, episódio marcado pela morte de 19 sem-terra, durante um protesto dos militantes contra a demora da desapropriação de terras, ocorrido no Pará, em 17 de abril de 1996. “Nesse mês, diversas instituições do Brasil que estudam os movimentos sociais e se preocupam com as questões de luta pela terra realizam eventos em defesa da reforma agrária para debater de forma mais intensa essa questão tão importante em nosso país”, esclarece a docente Arlete Ramos.
Abrindo as atividades da Jornada na Uesb, foi realizado o minicurso sobre “O golpe de 2016 e seus reflexos na Educação do Campo”. Ministrado pela professora Lia Pinheiro, da Universidade Estadual do Ceará, o minicurso teve como objetivo pensar sobre os elementos que caracterizam esse momento da história recente do Brasil e, ainda conforme a ministrante, “a partir da análise desses elementos, pensar também quais são as implicações desse processo e que desafios apontam para o conjunto das lutas desenvolvidas no campo brasileiro, principalmente, aquelas realizadas pelos movimentos sociais camponeses, articulando ao debate da Política Nacional da Educação no Campo”.
Para Lia Pinheiro, a reflexão proposta pela Jornada durante o mês de abril é muito importante, pois promove dentro das instituições de ensino superior a criação de espaços historicamente negados. “Trazer esse debate para dentro da universidade é justamente disputar os sentidos públicos dessa universidade e o sentido também popular dela, porque no momento de crise que nós estamos vivendo hoje, é importante que a academia se posicione, pois afinal de contas ela tem um papel importante no processo de desenvolvimento de conhecimento e opiniões”, afirma Pinheiro.
Na Uesb, a Jornada terá continuidade na próxima terça, 24, quando será realizado o minicurso “Movimentos sociais e Educação: discutindo a formação humana”. Na oportunidade, também acontecerá a palestra “A atualidade da Educação do Campo em tempos de privatização e golpe”. Ambas as atividades acontecerão no auditório do Centro de Aperfeiçoamento Profissional (CAP), a partir das 14 horas.