Que os ipês são árvores muito admiradas por quem passa pela Uesb não é novidade. A surpresa é que, além de serem os “queridinhos” do campus de Vitória da Conquista, eles ainda inspiraram a criação do nome da empresa de dois egressos do curso de Engenharia Florestal: a Ipê Laser. A empresa, que confecciona produtos personalizados em madeira, surgiu há dois anos como fruto de um presente de aniversário de namoro que Breno Sena deu para Ana Paula Barros. “Ele fez um chaveiro de madeira em formato de coração com o phi, símbolo da Engenharia Florestal”, conta Ana.
Desde o início da graduação, o casal compartilha o gosto por tudo que é produzido em madeira e, atrelado a isso, algumas disciplinas do curso, como “Industrialização de produtos florestais” e “Economia florestal”, deram suporte para que eles se aprimorassem e tivessem mais segurança para empreender. Com o incentivo da família, dos colegas e de professores da Uesb, o casal decidiu investir em máquinas e ferramentas para iniciar a produção de chaveiros personalizados. O projeto deu tão certo que eles resolveram expandir a produção para artigos de decoração, tábuas gourmet, placas, brinquedos e até móveis.
“A gente costuma dizer que a Uesb nos presenteou com um pacote completo, a formação profissional e pessoal, o nosso encontro e a criação da Ipê Laser”, destaca Ana Paula. Atualmente, as vendas e divulgação dos produtos se dão principalmente por meio das redes sociais, mas, o casal já planeja, futuramente, montar a loja física e, assim, expandir os negócios.
Ao longo dos seus 40 anos, a Uesb viu passar pelos seus três campi várias mentes criativas e empreendedoras, como é o caso de Lilian Borges, formada em 2010 também em um curso de Engenharia, mas não a Florestal, a de Alimentos, do campus de Itapetinga. Em seu primeiro emprego, Lilian viu a potencialidade de investir em um produto local. Com o aval da empresa em que trabalhava, ela começou a estudar o mercado e observou que seria possível produzir uma banana chips diferente da já existente no Brasil, com uma tecnologia do exterior.
Resultado: a empresa que Lilian trabalhou agora fabrica a banana chips criada por ela, mas, o objetivo é que logo a marca tenha sua própria unidade de processamento para investir em outros produtos. Há dois anos no mercado, a Boa Terra Chips produz os chamados “snacks saudáveis”, que são chips doces e salgados com baixo teor de gordura, sódio e sem lactose. Com sede na cidade de Gandu, sul da Bahia, a empresa já vende o produto “em mais de 55 cidades e em mais 300 pontos de venda. A meta é dobrar isso até o fim do ano”, afirma a empresária Lilian Borges.
Agora, devido à pandemia, a empresa firmou parceria para vendas on-line com uma grande empresa nacional de e-commerce, o que trouxe mais visibilidade para a marca em outros estados. Segundo Lilian, a Uesb foi fundamental em todo o processo, pois “abriu as portas do conhecimento, mostrou onde achar as respostas e me ensinou a persistir em meio as dificuldades”, completa.
Além da internet – Em 2003, longe das tecnologias digitais que vêm ajudando a impulsionar as empresas de Ana Paula, Breno e Lilian, se formava Fredson Porto, na terceira turma do curso de Educação Física, campus de Jequié. Assim que terminou a graduação, Fredson passou um tempo no Rio de Janeiro com o intuito de ganhar experiência. “Lá, surgiu a oportunidade de comprar equipamentos de uma fornecedora da academia que eu trabalhava. Voltei para Jequié e consegui montar uma pequena academia que, aos poucos, foi crescendo”, conta Fredson.
A academia de Fredson, a By Fit, tem 15 anos de atuação em Jequié e já se tornou referência na região. “Conseguimos ampliar nosso espaço e hoje temos uma sede própria, são mais de 600 metros quadrados, com aulas de musculação, ginástica, treinamento funcional… é uma academia completa”, comemora o empresário.
Mesmo com o distanciamento de épocas e em áreas bem diferentes, o desejo de usar os conhecimentos adquiridos na Universidade para empreender traçou um futuro próprio para Ana Paula, Breno, Lilian e Fredson. Olhar para o novo por meio de uma formação de qualidade é encontrar novas portas.