A Mostra Cinema Conquista chega em sua 16ª edição e, neste ano, o evento homenageia os 15 anos do curso de Cinema e Audiovisual da Uesb, em Vitória da Conquista. Com entrada da primeira turma em 2010, o curso é um dos principais protagonistas na produção de audiovisual no interior do estado.
Conforme reforça Esmon Primo, idealizador e coorndeador geral da Mostra, o curso foi decisivo para consolidar a cena do audiovisual no interior da Bahia ao formar profissionais que, atualmente, estão atuando em diferentes trabalhos por todo país. “Para a Mostra, que sempre acreditou no cinema como espaço de formação, é também uma forma de valorizar a universidade pública como pilar na construção de uma cultura de audiovisual cada vez mais forte aqui no interior”, defende Esmon.
O chefe de gabinete da Uesb, professor Wesley Piau, relembra que muitos projetos que foram implementados na Universidade anteriormente contribuíram para justificar a criação do curso, como o programa Janela Indiscreta. “Agora que o curso está chegando, a adolescência está mostrando os frutos, tanto em termos de pesquisa, de formação de quadros, de extensão”, pontua o professor que complementa: “a gente precisa pensar que a transformação cultural de nossa região passa muito pelo curso de Cinema e essa perspectiva, que não é só formativa, envolve também a pesquisa e a extensão dos produtos”, diz Wesley.
Interiorização do audiovisual – A produção cinematográfica na região é um dos temas debatidos na abertura das atividades formativas que serão realizadas pelo curso de Cinema e Audiovisual durante a Mostra. Segundo o cineasta Pola Ribeiro, na Bahia, são 1.100 profissionais do audiovisual inseridos no mercado anualmente. O desafio é construir uma rede que interligue os profissionais, as produções e a comunidade, funcionando com autonomia e de forma sustentável. “A gente precisa pegar a força da universidade, da militância, do desejo de fazer cinema e, também, inserir no mercado, inserir numa ação que use a potência desse lugar”, defende o cineasta.
Marina Sena, coordenadora de Culturas Digitais da Diretoria de Audiovisual da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), comenta que pensar a interiorização tem sido uma pauta urgente e necessária e vem sendo realizada por meio de editais públicos emergenciais. “Existe essa obrigatoriedade da cota para o interior. Então, a gente tem trabalhado muito nesse sentido, de ampliar os recursos”, explica Marina.
Professor do curso de Cinema e Audiovisual da Uesb, Filipe Gama pontua que os próprios docentes do curso trazem a questão da interiorização no processo formativo por serem também do interior. “Isso contribui para as influências, as relações, as questões sociais”, comenta. Durante as disciplinas do curso, os alunos iniciam esse diálogo com a cultura, a história e o repertório do estado: “e não só nisso. Quando a gente promove eventos, ações, articulações, trazemos o debate da centralização, da interiorização, da força desse imenso país que está nos interiores e que têm suas narrativas diferentes”, defende.
Sobre a Mostra – O evento ocupa o calendário da cidade desde 2004 e chega a sua 16ª edição neste ano. Durante a programação, que será realizada até o dia 12 de setembro, serão exibidos longas e curta-metragens nacionais, incluindo produções assinadas por professores, técnicos e egressos do curso de Cinema da Uesb. Além disso, oficinas, masterclass, conferências e mesas temáticas integram as atividades.
Nesta edição, a Uesb retoma a parceria com a Mostra por meio da organização das atividades, conteúdos e ações formativas pelo projeto Janela Indiscreta. As ações fazem parte da 5ª Semana de Cinema e Audiovisual da Uesb, realizada pelo Colegiado do Curso de Cinema e Audiovisual e pelo programa Janela Indiscreta.
A programação completa pode ser acessada no site do evento. Em caso de dúvidas, entre em contato com a organização pelo e-mail vagalumepress@gmail.