Time de futsal feminino da Uesb (Foto: Acervo Pessoal)
Ao longo da história da humanidade, as mulheres têm conquistado espaços significativos na sociedade. No Brasil, já tivemos uma mulher na Presidência da República. Na área jurídica, elas ocupam o cargo de ministras do Superior Tribunal Federal. No esporte, grandes atletas enfrentaram obstáculos e chegaram a mundiais, como as ginastas Daiane Santos, Jade Barbosa, no basquete, Hortência Marcari, e no voleibol, Ana Paula Henkel.
Geovana Novaes (Foto: Acervo Pessoal)
Na Uesb, talentos esportivos vêm sendo revelados, sobretudo, com os projetos e atividades promovidas pelo curso de Educação Física. É o caso de Geovana Novaes, estudante na área que, com persistência e superação, já fez história. Geovana leva uma vida corrida entre estudos e treinamentos no futebol de salão feminino. O time de 12 mulheres da Uesb, do qual ela faz parte, já participou de importantes competições.
Em 2017, nos Jogos Universitários (Juba), em Camaçari, Geovana e seu time chegaram à semifinal; em 2018, em Lauro de Freitas, no 2º Festival Universitário Baiano, conquistaram o 3º lugar. “Minha história não é diferente das demais. Comecei no futebol com meninos de rua antes da Uesb. Esporte feminino sempre foi cercado de preconceitos”, conta.
Mas a história nem sempre abriu portas para elas no esporte. “Na década de 1940, mulheres foram impedidas por lei de praticarem modalidades ditas masculinas, como futebol de areia, lutas, entre outras. Em 1979, a lei foi revogada, aí tivemos um crescimento”, lembra Geovana, que cita, como exemplo de superação, a atleta alagoana Marta Vieira, eleita pela sexta vez como a melhor jogadora de futebol feminino do mundo.
Além da prática – O amor pelo esporte também gera frutos que vão além da prática, como o trabalho desenvolvido pela docente Christiane Freitas. Antes mesmo de ser professora, ela chegou a competir como judoca por 25 anos em eventos nacionais e internacionais. “O judô é um esporte extremamente masculinizado e visto de forma preconceituosa. Mas o judô é um esporte pedagógico no qual se ensina a respeitar as diferenças”, afirma.
Foi entendendo essas diferenças que Christiane criou o projeto “Diferentemente Iguais” na Uesb. A ação busca oferecer a prática regular de atividade física a pessoas com deficiência ou algum tipo de limitação física. E aqui não há limites para as modalidades. Seja na dança, na ginástica, na natação, no futebol, o foco é se exercitar. “Em 2018, atendemos cerca de 50 pessoas e tivemos um resultado satisfatório, inclusive com prevenção de depressão de uma das participantes e, também, na questão da inserção social e no respeito pelas limitações físicas”, destacou a docente.
Atividade do projeto “Diferentemente Iguais”, coordenado por Christiane Freitas
Participação expressiva das mulheres – Outro grande projeto de estímulo ao esporte na Universidade é o “Uesb em Movimento”. Segundo Josiani Vieira, atual coordenadora de Esportes do campus de Jequié, a adesão das mulheres nas iniciativas esportivas tem sido expressiva. “Em 2018, se inscreveram 525 participantes no projeto. 75% desse público é composto pela população feminina. Isso é gratificante, ver muitas delas competindo e ganhando premiações tanto nos esportes quanto em práticas de atividades físicas”, comemora.
Apesar de ainda ser um espaço predominantemente masculino, o esporte já se torna um campo no qual elas mostram, diariamente, o quanto são capazes de entrar, dominar e brilhar.