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A escrita de uma nova história cheia de propósito começa com uma escolha, e o Vestibular Uesb marca uma das mais importantes. Marcando uma das etapas mais aguardadas do processo seletivo, a Redação é onde o candidato mostra seu repertório, capacidade de síntese de ideias além de apresentar argumentos que embasam seu pensamento.
Nesta edição, a proposta foi elaborar um texto dissertativo-argumentativo, que abordassem o tema: “Impactos da exposição digital excessiva no desenvolvimento de crianças e adolescentes brasileiros”. Com essa temática, quais aspectos poderiam ser discutidos?
A professora de Redação e jornalista formada pela Uesb, Lais Vinhas, aponta a importância da temática, visto a urgência do debate sobre o uso de telas por menores de idade. “Com a aprovação da Lei 15.100/2025, que fala sobre a proibição dos celulares na escola, e com o vídeo do Felca, que, inclusive, é apontado em um dos textos motivadores, a temática da Uesb é de grande relevância”, destaca.
Para ela, o tema se apoia em três importantes pilares: o desenvolvimento integral; a proteção dos direitos humanos; e a formação das novas gerações. “Vivemos um momento em que crianças estão crescendo em um ambiente hiperconectado, com acesso fácil a conteúdos impróprios, algoritmos que direcionam comportamentos e, muitas vezes, sem supervisão adequada”, comenta Laís, que aponta a dosagem correta do uso, sem a necessidade de uma proibição, como um caminho viável de discussão.
Carmen Virgínia, professora do curso de Psicologia da Uesb e pesquisadora da infância, alerta que os candidatos deveriam se atentar aos termos apontados no enunciado. “Quando nós falamos de impactos, falamos de efeitos ou alterações provocadas aí pelo uso excessivo”.
Para a docente, o maior destaque seria para o termo “excessivo”, e uma das discussões possíveis é a regulação feita pelos pais e responsáveis. “Quando tratamos de crianças e adolescentes, inevitavelmente falamos também das pessoas que são responsáveis por eles e que, em alguma medida, participam da regulação do uso de telas e acesso à internet de modo geral”, observa.

No aspecto do desenvolvimento infantil, a professora destaca que, na Neuropsicologia, já existem evidências científicas dos prejuízos causados, inclusive afetando a estrutura cerebral, desenvolvimento socioemocional, funções cognitivas como memória, atenção, concentração. Então, existe uma gama de repertórios possíveis de serem acessados para discussão do tema.
A professora alerta também, para a importância do candidato se atentar a não deixar a solução apenas no núcleo familiar. “Não existe a possibilidade de que essa proteção à infância e adolescência e à saúde física e mental dos adolescentes seja uma tarefa exclusiva de cada lar, há necessidade de políticas públicas efetivas que trabalhem a favor do desenvolvimento de crianças e adolescentes”, ressalta.
Luciana Rocha, coordenadora do Núcleo de Defesa da Criança e do Adolescente da Uesb, aponta a atualidade do tema, visto que, neste ano, o Estatuto da Criança e do Adolescente completou 35 anos. Neste período, a expansão do ambiente digital escancarou uma nova necessidade de atenção por parte dos responsáveis de crianças e adolescentes.
“Esses ambientes passarão a ser ambientes também que podem representar risco à proteção dos direitos de crianças e adolescentes. Neste ano, nós tivemos a promulgação de uma legislação que tem sido apelidada de ECA digital, para buscar mais responsabilidade às plataformas digitais em relação à manutenção de conteúdos que possam representar violação aos direitos de crianças e adolescentes”, lembra.
Além da Redação, os mais de 9,3 mil candidatos responderão questões de Língua Portuguesa, Literatura Brasileira, Língua Estrangeira (Inglês, Francês ou Espanhol) e Matemática. Confira tudo que aconteceu aqui.