O Colegiado do curso de Licenciatura em Dança, campus de Jequié, realizou, nesta semana, Oficinas de Danças do Brasil, abertas ao público, com a professora e pesquisadora da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Soiane Gomes. As oficinas aconteceram, de quarta, 8, a sexta, 10, em horários e locais distintos no campus e tiveram como público graduandos do curso de Licenciatura em Dança e em Teatro e alunos da rede pública de ensino. Na ocasião, foram apresentadas as performances vivência rítmica a partir do Xaxado; Dançando um pouco do nosso Brasil, por meio dos Caboclinhos; e condicionamento físico com Capoeira Angola e Frevo.
Para a professora do Núcleo de Dança do Colégio Municipal Anísio Teixeira, Samara do Nascimento Martins, egressa do curso de Licenciatura em Dança pela Uesb, as oficinas foram muito importantes. “Os meninos são do sexto e sétimo ano e eles fazem aula de Teatro e de Dança numa disciplina regular da escola, então é importante estar atrelando a Universidade junto com a escola municipal. Foi uma aula bem interessante de frevo, de cultura popular”, revelou.
O professor do Núcleo de Teatro do Colégio, Volnei Nascimento, concordou. “Eu considero extremamente importante esse intercâmbio entre a Universidade e a escola pública do nosso município até mesmo por incentivo dos cursos de Licenciatura em Teatro e Dança, aflorando ainda mais a vontade dos meninos em fazer esses cursos de arte”, pontuou.
Para Mateus Nunes, acadêmico do quinto semestre do curso de Licenciatura em Dança, essa é uma oportunidade de maior contato com a comunidade externa. “Eu acho que a Universidade precisa mesmo abrir as portas para a cultura e a arte popular trazendo a comunidade. É muito importante porque a gente forma pessoas conhecendo de verdade a cultura popular, desmitificando essa ideia da foclorização e trazendo como arte mesmo, como dança, como empoderamento, como luta, como identidade. Eu acho isso muito importante para a nossa formação acadêmica”, defendeu.
A professora Soiane Gomes celebra o sucesso das oficinas. “Eu vim a convite da professora Vânia Oliveira. A gente já vem de uma longa trajetória de pesquisas juntas e de trabalho da cultura afro indígena, afro popular e aceitei o convite dela para vim compartilhar um pouco da minha pesquisa dentro das danças brasileiras. A gente fez um trabalho voltado ao Xaxado na quarta, que é uma dança pernambucana criada dentro do movimento do Cangaço por Lampião e divulgada por Luiz Gonzaga – um patrimônio nosso, brasileiro, nordestino. Ontem nós tivemos uma aula de Maracatu e Caboclinhos, que também são danças oriundas das comunidades afro indígenas do Nordeste brasileiro e hoje fizemos um trabalho voltado para Capoeira Angola e para o Frevo, que também são duas danças importantíssimas, uma riqueza que nós temos na região Nordeste”, esclareceu.
Ainda conforme a professora, é importante trazer para o espaço acadêmico os saberes da comunidade. “É muito importante trazer os saberes populares, porque a gente precisa fazer esse diálogo entre a academia e a comunidade. A academia só existe porque existe a comunidade, então a gente tem que refletir todas essas coisas que acontecem fora e não somente parte da academia para fora, porque afinal o que a gente estuda aqui dentro deveria ser aquilo que está ao nosso entorno”, concluiu.