Ciência para reduzir as desigualdades. Socializar conhecimento. Difundir as pesquisas realizadas no Sudoeste da Bahia. Esses foram os principais resultados do 22º Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica e do 7º Seminário de Extensão, realizados entre os dias 15 e 19 de outubro nos três campi da Uesb. O objetivo foi proporcionar momentos de socialização das experiências vivenciadas pelos extensionistas – docentes, discentes e servidores – durante o ano de 2017.
Segundo a pró-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, Gleide Pinheiro, os seminários realizados em Jequié, Vitória da Conquista e Itapetinga foram importantes para ouvir os relatos na perspectiva das pessoas que executaram e vivenciaram as experiências no locus de realização das ações: “os pesquisadores nos apresentam espaços sociais nos quais a Universidade se insere por meio da extensão, provocando mudanças nos contextos de educação, saúde, econômico, social e cultural das populações-alvo de cada projeto”, afirmou a pró-reitora. Ela lembra ainda que esses eventos aproximam a comunidade acadêmica e “permite identificar programas e projetos de extensão que podem ser executados/replicados nos outros campi, por meio de parcerias entre docentes, discentes e técnicos”.
Uma das pesquisas apresentadas foi do estudante de Engenharia de Alimentos, Juarez Júnior, no campus de Itapetinga, sobre a criação de polpas da fruta jabuticaba e análise das capacidades antifúngicas e antimicrobianas presente na casca da fruta. Andrea Gomes, sua orientadora de iniciação científica e docente da Uesb vinculada ao Departamento de Tecnologia Rural e Animal (DTRA), lembra que, em Itororó, pequenos produtores já estão com pomares de jabuticaba que demoram menos tempo para frutificar – cerca de 5 anos –, o que favorece a obtenção das polpas, já que a fruta in natura costuma durar, em média, apenas três dias nas prateleiras do supermercado. “A polpa de jabuticaba tornaria o produto mais rentável para os produtores e mais acessível aos consumidores”, complementa o discente.
O docente Cézar Augusto Casotti, vinculado ao Departamento de Saúde 1, no campus Jequié, destaca que o momento de apresentação das pesquisas é também importante para a Instituição: “com o evento, observamos o desenvolvimento da Universidade. O aluno precisa de apoio para a iniciação científica, é o seu contato com a pesquisa e com uma perspectiva de, no futuro, se tornar um novo pesquisador”, salienta o professor. Foi com esse viés que a parceria entre Sérgio Fernandes, docente vinculado ao Departamento de Tecnologia Rural e Animal (DTRA), campus de Itapetinga, e Ilana Souza, discente de Zootecnia, começou. “Pesquisamos, há um ano, sobre os resíduos presentes no leite relacionados à saúde humana”, destaca a estudante. Como resultado de pesquisa, eles propõem um novo parâmetro de análise do leite, barateando os custos atuais.
Ingressando na pesquisa – Romana Mascarenhas, discente do curso de Agronomia, campus de Vitória da Conquista, avalia que a iniciação científica é a porta de entrada para a pesquisa: “nos aproximamos mais da busca pelo conhecimento e as oportunidades se tornam mais amplas quando estamos inseridos nesses espaços”, afirmou a aluna, que pretende seguir carreira acadêmica com o mestrado e, posteriormente, o doutorado. Sua pesquisa discorre sobre sementes de pupunha, como sua germinação não é uniforme, compromete o cultivo e o manejo da lavoura. Por meio dessa investigação, ela e outros pesquisadores estão desenvolvendo condicionamentos fisiológicos na semente para padronizá-la.
Os eventos foram realizados dentro da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que aconteceu em mais de 1.200 municípios e envolveu institutos de pesquisa, universidades, escolas e empresas de diversos ramos da economia com o objetivo de estimular o interesse de estudantes em inovação e pesquisa.