Por meio de nota oficial, a Presidência do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) da Uesb vem esclarecer o ocorrido na última reunião realizada no dia 2 de junho. Durante o encontro, conselheiros e conselheiras debateram e deliberaram sobre as condições em que a Uesb admitiria o desenvolvimento de atividades presenciais de ensino no próximo período letivo.
A Presidência relembra a ofensa feita a uma das conselheiras presentes, professora Márcia Santos Lemos, durante a reunião. Ainda segundo a nota, o ato foi “uma tentativa de depreciar as posições acadêmicas defendidas pela conselheira”. No mesmo documento, a direção máxima do Conselho pede sinceras desculpas pelo ocorrido e informa que, junto à sua Secretaria, reuniu materiais que documentam a reunião e irá encaminhá-los para a criação de Processo Administrativo Disciplinar, a fim de apurar e, eventualmente, aplicar penalidade em função dos atos ocorridos. Todo o procedimento tem como base o Regimento Geral da Universidade.
O documento reforça ainda a importância de espaços universitários como o Consepe e o Conselho Universitário (Consu), locais para a promoção da cidadania, da autonomia e da democracia, nos quais “diferentes avaliações, proposições, aspirações, percepções e projetos em torno da universidade se encontram, discordam, dialogam, concordam e constroem as decisões estratégicas para o funcionamento de nossa instituição”.
Por fim, a nota destaca o compromisso da Uesb com valores básicos, que honram expectativas constitucionais e sociais atribuídas às universidades públicas. “Não construiremos uma instituição universitária, voltada para a formação humana e a promoção da cidadania, com autonomia e democracia, se admitirmos como natural a expressão de dissensos por meio de ataques às ideias divergentes porque expressas por mulheres, ou por negros, ou por índios, ou por homossexuais, ou, fundamentalmente, por ‘outros'”.