O ambiente universitário é permeado pela constante produção de conhecimento. A arte, sendo parte da construção de saberes individuais e coletivos, integra esse universo. Na Uesb, os cursos de graduação relacionados à área de Artes são o bacharelado em Cinema e Audiovisual, no campus de Vitória da Conquista, e as licenciaturas em Dança e em Teatro, disponíveis em Jequié.
Em meio a uma intensa produção artística, a diversidade está presente na perspectiva de gênero, cultural, sexual e étnica. Silvia Dias, estudante de Teatro e membro do Laboratório Universitário de Práticas de Atuação, defende que a arte é uma forma de promover a inclusão. “Além de acolher todos os corpos que têm interesse por ele, o teatro ainda é uma maneira poderosa de trazer questões importantíssimas para reflexão e debate”, defende.
Silvia acredita na importância social das artes dentro do ambiente acadêmico. Por meio delas, é possível “promover mediação e integração cultural dentro e fora da universidade”, acrescenta a estudante.
A diversidade em várias linguagens – Ao longo dos quatro anos de formação, os estudantes dos cursos de Artes desenvolvem uma série de produtos, atuando em diferentes funções e gêneros. As possibilidades de criação nos cursos permitem aos alunos trilhar muitos caminhos.
“Gosto muito disso no curso. Os professores nos instigam a criar conteúdos diferentes e experimentar várias funções”, conta Hannah Cangussu, aluna de Cinema e Audiovisual, que está montando uma cena em teatro de “A Pequena Sereia”, com a personagem principal interpretada por uma mulher negra.
A estudante diz que já tinha certeza em indicar essa atriz talentosa para o papel e reforça a importância da representatividade. “Pra mim, a diversidade é isso, você tratar a todos com a mesma naturalidade”, define.
Com o mesmo pensamento, o futuro cineasta Alvaro Souza está produzindo a animação “Tangerine Vida Verde”, que aborda questões de sustentabilidade e veganismo. Alvaro conta que os personagens inicialmente seriam brancos, as que, à medida que foi entendendo a importância da diversidade, trocou a etnia e a forma física dos protagonistas. “São os mesmos em essência, porém mais ricos simbolicamente. Essas mudanças me dão mais orgulho do que fiz”, pontua.
A diversidade e representatividade presente nesses trabalhos são apenas exemplos da infinidade de produções artísticas presentes no ambiente acadêmico da Uesb, demonstrando que a arte é para todos.
Reconhecimento internacional – O filme “Alice dos Anjos” é uma adaptação livre da obra “Alice no País das Maravilhas’’. Dirigido por Daniel Leite, egresso do curso de Cinema e Audiovisual, o filme traz para o sertão, a jornada de uma garotinha descobrindo um novo mundo.
O longa foi premiado no 54º Festival de Brasília, sendo eleito melhor filme tanto pela crítica da Associação Brasileira de Críticos de Cinema como pelo Júri Popular. Além disso, “Alice dos Anjos” conquistou prêmios de Direção, Direção de Arte, Figurino e Maquiagem.
A produção participou do 26º Inffinito Brazilian Film Festival, na Florida International University (EUA), além de ser exibida em vários festivais e mostras nacionais.
Essa e outras reportagens estão na 3ª edição da Revista Uesb