A educação presencial sempre foi uma marca no ensino da Uesb. No entanto, em julho de 2020, o ensino remoto passou a ser uma realidade para estudantes de graduação e pós-graduação da Universidade, após aprovação no Conselho Superior de Pesquisa, Ensino e Extensão (Consepe). O novo modelo começou a ser utilizado devido as restrições impostas pelo cenário da pandemia de Covid-19.
“O Ensino Remoto foi uma experiência nova, ninguém esperava ter que ministrar aulas através de plataformas on-line. Qualquer coisa nova sempre vai ser desafiador, mas tanto o docente quanto o aluno têm que estar disponíveis a aprender”, diz o professor Raphael Queiroz, do curso de Medicina.
Com o isolamento social e a suspensão das aulas tradicionais, a Uesb buscou alternativas para dar sequência ao calendário acadêmico. Depois de várias reuniões on-line, o Consepe decidiu por finalizar o segundo semestre de 2019, de forma distante, o que ficou denominado de Ensino Remoto Emergencial (ERE). “A instituição ofertou curso para os professores, disponibilizou monitores para auxiliar durante esse processo. Então, não ficamos desamparados”, completa o docente.
O modelo também foi encarado como um desafio para estudantes como Carla Lima, aluna de Jornalismo, campus de Vitória da Conquista. “No começo, achei um pouco assustador, porque eu estava acostumada a ter aula presencial. Eu nunca fui nem de assistir aulas pelo YouTube. Sou de levantar minha mãozinha para tirar dúvida com o professor”, relata. Depois da experiência, Carla já consegue enxergar o lado positivo do Ensino Remoto e diz que se acostumou com as aulas: “agora, consigo assistir outras aulas por vídeo facilmente. Passei a compreender que a aula virtual é uma coisa boa e produtiva, mesmo sem a presença do professor”.
Quem também aprova a experiência, é Tâmara Soares, estudante de Química no campus de Itapetinga. Para ela, o Ensino Remoto foi uma ótima oportunidade para administrar bem seu tempo: “por não precisar me deslocar, houve um tempo livre para estudar mais”.
Vencendo barreiras juntos – Saber lidar com o tempo e com a novidade são fatores fundamentais para quem passou a estudar e ensinar remotamente. Professora e artista, Adriana Amorim, do curso de Cinema e Audiovisual, conta que a vivência nos palcos auxiliou nesse processo de adaptação. “A experiência foi bem menos dolorosa do que para muitos de meus colegas. Não tenho a menor dúvida de que ser uma artista de Teatro fez toda diferença para mim”, analisa.
Adriana destaca ainda que o Ensino Remoto foi a única realidade possível de organizar e enfrentar o desafio da pandemia e do isolamento. “O Ensino Remoto uniu a Universidade de uma forma que ela continuasse existindo na relação entre seus três agentes: estudantes, funcionários e professores. Eu achava e continuo achando que era muito importante nos unirmos e só a volta as aulas nos uniria. Quando a gente se encontrou, foi um grande respiro!”, declara.
Com disposição para novas abordagens e, até mesmo, bom humor para lidar com o novo ambiente de ensino imposto pelo distanciamento social, a docente confessa: “a gente do curso de Cinema deu muita gargalhada, cometeu gafe, mas a gente estava afinado num propósito que a gente se ajudaria mutuamente. Lidar com a tecnologia foi fichinha. Saímos exaustos dessa experiência, mas ela foi positiva porque a gente sabia que estávamos junto”.
Com o fim do recesso acadêmico, a Uesb confirmou o Ensino Remoto Emergencial para o próximo semestre. O início das aulas dos cursos de graduação nos três campi acontece no dia 18 de fevereiro. Todas as informações podem ser acessadas no site do ERE.